A véspera do primeiro turno das eleições, marcado para o próximo domingo (7), deve ser marcada por novas manifestações contrárias e favoráveis à candidatura do deputado do PSL, Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, mulheres do movimento #EleNão estão convocando um ato para este sábado (6), às 15h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), em plena Avenida Paulista.
Será a segunda manifestação organizada pelo movimento no intervalo de uma semana. No último sábado as “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” levaram milhares de pessoas às ruas de todos os estados do país. O grupo, que nasceu nas redes sociais, tem quase 4 milhões de membros no Facebook e se descreve como um grupo “destinado à união das mulheres de todo o Brasil (e as que moram fora do Brasil) contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia, racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos”.
LEIA TAMBÉM: Dinheiro, propostas, tempo de TV? O que faltou aos presidenciáveis com 0% no Ibope
Ali estão mulheres de diversas bandeiras partidárias e orientações ideológicas. Por isso os atos do último sábado também tinham um caráter pluripartidário. “Acreditamos que este cenário que em princípio nos atormenta pelas ameaças as nossas conquistas e direitos é uma grande oportunidade para nos reafirmarmos enquanto seres políticos e sujeitos de direito”, completa a descrição do grupo.
Agora, um ato organizado por outro grupo, o “Mulheres Antifas” tenta repetir o desempenho do primeiro protesto. No Facebook do evento, o grupo afirma que “dentro das capacidades da lei eleitoral, o ato será contra o fascismo. Não há, por parte da convocação, nenhuma intenção em violar a lei eleitoral: este ato não configura propaganda política de nenhum partido ou de nenhuma candidatura, mas sim uma demonstração de defesa da democracia”.
LEIA TAMBÉM: TSE permite que eleitor use camiseta de candidato no dia da eleição
Já são 45 mil pessoas confirmadas na manifestação da Paulista. Outras 156 mil se declararam interessadas em participar. No Facebook há, ainda, eventos sendo marcados para o sábado em outras cidades do país.
Atos pró-Bolsonaro
Assim como aconteceu no último fim de semana, correligionários de Bolsonaro também estão se movimentando para promover atos em prol do candidato. De acordo com informações do Facebook, a maior delas deve ser realizada em Florianópolis. São 2,4 mil pessoas confirmadas e outras 5 mil interessadas em participar. Lá o evento recebeu o nome de “Último ato pró-Bolsonaro! (antes da vitória em 1º turno)”. Fora da rede social também há atos programados em algumas cidades espalhadas pelo Brasil.
No domingo (30), os apoiadores do candidato do PSL também promoveram manifestações em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Neste sábado (6), a capital paranaense deve presenciar dois atos a favor do presidenciável. O primeiro tem concentração marcada para as 9h, no Parque Barigui, de onde os manifestantes devem partir em carreata. À tarde, outra manifestação sai da praça Santos Andrade em direção à Boca Maldita, no centro da cidade.
O que diz a lei?
Propagandas eleitorais só são permitidas até 48 horas antes do início da votação. Já manifestações são proibidas apenas no dia do pleito. Segundo a Lei nº 9504/1997, “é permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos”.
Isso significa que todos os eleitores podem demonstrar preferência por candidatos ou legendas até mesmo no dia da votação. No entanto, a mesma lei proíbe “no dia do pleito, até o término do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado, bem como os instrumentos de propaganda referidos no caput, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos”.
Ou seja, os atos convocados para sábado (6) são legais, mas, caso sejam realizados no domingo (7) passam a estar em desacordo com a lei eleitoral.