O presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi confirmado neste sábado (10) como candidato à Presidência da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A decisão ocorreu em Conferência Eleitoral do partido em São Paulo, quando Boulos saiu vitorioso com 71% dos votos.
Boulos se filiou ao PSOL nesta semana e era o nome mais cotado para a disputa do pleito de 2018 pelo partido. Internamente, ele concorria com Plínio de Arruda Sampaio Jr, Nildo Ouriques e Hamilton Assis. A indigenista Sônia Guajajara chegou a se inscrever como pré-candidata, mas posteriormente retirou a inscrição para compor a chapa de Boulos na posição de vice. Entre as alianças, foi confirmado o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Logo após o anúncio, Boulos afirmou que a primeira proposta do partido é convocar um plebiscito para que a população decida se quer revogar ou manter as medidas propostas e implementadas pelo governo do presidente Michel Temer. “Entendemos que o governo Temer é ilegítimo porque não foi eleito pela população”, disse.
Segundo ele, temas como a exploração do pré-sal não podem ser definidos por um governo “ilegítimo”. “Não se pode terceirizar decisões tão importantes, principalmente por um governo não eleito, por isso acreditamos que o povo deve participar dessas decisões”, acrescentou.
Além disso, Boulos destacou que quer o MDB na oposição e descartou qualquer parceria. “Essa candidatura será de combate aos privilégios e contra a desigualdade. Vamos propor uma reforma tributária justa”, enfatizou o pré-candidato.
A recente trajetória do líder do MTST dentro do PSOL foi carregada de polêmicas, principalmente devido ao apoio declarado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em vídeo que foi exibido durante o evento de lançamento da pré-candidatura de Boulos, no último sábado (3).
Lula chegou a dizer que aceitaria Boulos em seu palanque e “seria a última pessoa do mundo a pedir para que Boulos não seja candidato”, fala que desagradou psolistas, dentre eles o concorrente Plínio Jr. que teceu críticas abertamente ao fato. O economista Nildo Ouriques também esteve entre os críticos do atual candidato.
Sobre estas questões, Boulos disse que entendeu as falas de Lula como “força de expressão, pois nunca se viu, em primeiro turno, dois candidatos oponentes no mesmo palanque”. Já em um segundo turno, Boulos confirmou que aceitaria o apoio do petista.
Quanto às críticas que surgiram dentro do partido, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, garantiu que as discussões foram encerradas e “outras unidades” tiveram o direito de se manifestar na conferência de hoje. Com a aprovação do nome de Boulos, “o PSOL marcha unido a partir de segunda-feira em defesa dessa chapa”, afirmou Medeiros.
A vice, Sonia Guajajara, ressaltou que se trata de um episódio inédito a construção de uma chapa presidenciável com um membro de origem indígena, algo que se torna mais relevante no momento atual, em que a diversidade está em discussão. Em sua fala, ela defendeu a expansão do empoderamento indígena, feminino e da diversidade racial.
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