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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice presidente de Lula (PT), Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (30) que o partido não vai desistir da candidatura de Lula, mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barre o registro. Haddad esteve em Curitiba para participar da Caminhada por Lula Presidente, organizada por militantes do partido no centro da cidade. A concentração começou por volta das 16 horas na Praça Santos Andrade, palco do último discurso feito por Lula na capital, em março.

Para um público de 3 mil pessoas, segundo a organização, Haddad disse que o PT não vai desistir de tentar libertar Lula, atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal. O ex-prefeito também aproveitou para reforçar a posição de órgãos internacionais a respeito da candidatura de Lula. Há duas semana, o Comitê de Direitos Humanos da ONU recomendou que o Brasil preserve o direito do ex-presidente de se candidatar, mesmo preso. Segundo Haddad, a candidatura de Lula não é “um capricho” do PT, e sim a defesa de uma causa.

“Não vamos abrir mão de Lula. Mas eu te pergunto: e a Justiça? E as autoridades? E governo Temer? Eu sempre digo e repito, nós vamos até as últimas consequências e a nossa caminhada, e o nosso compromisso com Lula, só termina quando a gente ver o Lulinha subir a rampa do Planalto”, disse Haddad em Curitiba.

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André Machado (PT), candidato a deputado federal e presidente do diretório do PT em Curitiba, disse no início do ato que um dos objetivos da passeata, além de recepcionar Haddad, é pressionar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que podem julgar nesta sexta-feira (31) a participação de Lula no programa eleitoral gratuito. Nesta quarta-feira (29), o Partido Novo, do presidenciável João Amoêdo, reiterou pedido para que o ministro Luís Roberto Barroso vete a participação de Lula no horário eleitoral gratuito.

Nesta quinta-feira (30), termina o prazo para Lula apresentar sua defesa ao tribunal, na tentativa de manter sua candidatura ao Palácio do Planalto. Lula está preso em Curitiba e condenado em segunda instância na Lava Jato - inelegível pela Lei Ficha Limpa, portanto. Mesmo assim, o PT insistiu em registrar a candidatura do ex-presidente no TSE no dia 15 de agosto. No mesmo dia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o TSE não deixe Lula concorrer. O partido tem até o dia 17 de setembro para trocar o candidato a presidência. A tendência é que Haddad assuma o posto e tenha a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) como vice. Inicialmente, o PT havia informado que Manuela participaria da caminhada ao lado de Haddad, mas ela não compareceu.

Alternativa

Mais cedo, em frente à Superintendência da PF em Curitiba, Haddad disse que o partido está discutindo quatro alternativas a Lula, caso o petista seja impedido de concorrer nas eleições de outubro. Questionado pela imprensa internacional se a legenda não precisa encontrar uma nova “cara”, Haddad disse que o PT é o partido que conta com mais lideranças.

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“Estávamos até há pouco discutindo quatro alternativas ao Lula, mas não queríamos discutir isso. Queríamos focar no nosso problema maior, a defesa intransigente do que consideramos justo no país.” Principal cotado para substituir Lula na cabeça da chapa, Haddad completou: “Esse posicionamento político é mais importante do que qualquer estratégia eleitoral, porque é isso que vai ficar para a história. O quanto fomos solidários a um líder da dimensão do Lula, que tem 50 anos de vida pública”.

O PT vinha se negando a falar publicamente sobre um possível substituto para o ex-presidente, mas a estratégia é debatida internamente. Além de Haddad, também visitaram Lula nesta quinta-feira a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o líder alemão Martin Schulz, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, reforçando o discurso do partido de que a comunidade internacional apoia a candidatura de Lula e questiona a idoneidade de seu julgamento.

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