O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (11), em entrevista à rádio CBN, que visitou na quarta-feira (10) o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, filiado ao PSB. O encontro ocorreu no apartamento do ex-ministro e Haddad estava sozinho.
“Visitei o Joaquim Barbosa não por outra razão. Quero escolher os melhores quadros e propostas para aprimorar o combate à corrupção no Brasil”. Haddad garantiu que a Lava Jato vai continuar, assim como a Polícia Federal, o Ministério Público e o poder Judiciário.
Haddad não respondeu se Barbosa poderia ser ministro em um eventual governo petista, mas disse que ele pode ajudar o país “de muitas formas, não necessariamente participando da vida pública.”
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O candidato petista afirmou ainda que o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, “tem todas as condições, perfil e sensibilidade social” para assumir o cargo de ministro da Fazenda em eventual governo dele.
A declaração foi dada após um jornalista da rádio perguntar a Haddad quem ele convidaria para Fazenda, inclusive questionando o que o petista pensa de Josué Gomes. O empresário chegou a ser cogitado para ocupar o posto de vice-presidente na chapa do PT e também na do PSDB, ao lado de Geraldo Alckmin. Filiado ao Partido da República, Gomes declinou dos convites para disputar a eleição.
O candidato do PT não cravou, no entanto, que convidará o empresário, mas garantiu que o ministro da Fazenda não será banqueiro. Segundo Haddad, a pessoa convidada para a Fazenda será economista ou empresário, para “gerar emprego e não cortar benefícios sociais”.
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O senador eleito Jaques Wagner (BA), recém integrado ao núcleo duro da coordenação da campanha de Haddad, disse que o PT pode anunciar nomes de um eventual ministério para acalmar o eleitorado, entre eles o da Justiça. “Pode ser que ele anuncie um, dois, três nomes, na Educação, Fazenda, Justiça. (...) Na Educação, pode ser que anuncie uma sumidade da Educação”, afirmou.
Garantia de autonomia e combate à corrupção
Relator no STF da Ação Penal 470, que julgou o escândalo do Mensalão, Barbosa condenou petistas como José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha, presos por envolvimento no esquema.
Integrantes da cúpula petistas avaliam que a presença de Barbosa na campanha poderia reduzir o impacto do antipetismo sobre a candidatura de Haddad e sinalizar para uma parcela importante do eleitorado que a Lava Jato e a autonomia dos órgãos de combate à corrupção estariam garantidos sob o comando do ex-ministro do STF. Esses petistas admitem, porém, que a possibilidade de um convite a Barbosa para o ministério é, por enquanto, só especulação.
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