“M de Michel/ M de Meirelles/ M de MDB”. Embalado por esse refrão de um jingle de campanha fora de época, no ritmo do frevo, o ainda ministro da Fazenda Henrique Meirelles assinou sua ficha de filiação nesta terça num tom de candidatíssimo a presidente da República. Um enorme painel trazia sua foto ao lado de Michel Temer sob a mensagem de que “nossa união nos fortalece”. O presidente, após abonar a filiação de seu principal ministro praticamente o lançou ao Palácio do Planalto.
“Quero te dizer uma coisa, Meirelles, você está habilitado a ocupar qualquer cargo no país. Não tenho a menor dúvida disso” - disse Temer logo de cara.
Meirelles fez um discurso de quem está em campanha. Ele falou que pegou a economia em frangalhos, que estudou em escola pública e que o pobre é o mais atingido pela inflação - que disse ter controlado - e que a equipe que montou para chegar a esse resultado foi batizada de “dream team”.
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Depois do ato de assinatura, ao falar com jornalistas, Meirelles começou se esquivando ao ser perguntado quem será vice de quem, entre ele e Temer.
“Candidatura vamos tratar à frente. Não estamos discutindo isso no momento” - disse o ministro, que segundos depois se entregou e revelou que deseja a vaga de cabeça na chapa.
“Tenho o projeto de candidatura a presidente”.
Antes, o ministro afirmou que a definição de presidenciável emedebista vai se dar após pesquisas qualitativas, que apontará quem terá melhor condições. O ministro afirmou que os ganhos da economia ainda não foram completamente captados pela população.
“Estamos conduzindo pesquisas qualitativas. É um pouco cedo ainda. O Brasil está numa retomada de crescimento e a sensação de bem-estar social ainda não está bem estabelecida na sociedade. A melhoria no emprego e na renda, a inflação baixa. Vai se refletir nos índices eleitorais”.
Michel Temer aproveitou o embalo do clima de campanha e lançou o Ponte Para o Futuro 2. O plano 1 teria guiado esses seus quase dois anos de mandato. Apesar do M do MDB alardear nas caixas de som do jingle, o presidente Temer não assimilou o nome de sua nova legenda. Quando se referia ao seu partido só falava PMDB.
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