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 | Ricardo StuckertInstituto Lula
| Foto: Ricardo StuckertInstituto Lula

O PT está convicto de ter adotado a melhor estratégia eleitoral mantendo a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso condenado por corrupção,  até onde for possível. O levantamento divulgado pelo Datafolha (*) esta semana, que deu ao ex-presidente 39% das intenções de voto, consolida essa posição entre os petistas. Dos mais próximos auxiliares de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho avalia que a prisão do amigo conferiu a ele uma aura de injustiça e de vítima com as quais o povo sintoniza. O que explicaria, para ele, o desempenho eleitoral nesse momento. 

Gilberto sabe das dificuldades de que a candidatura de Lula prospere na Justiça eleitoral. A transição para o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como seu substituto já começou. Em entrevista à Gazeta do Povo na quinta-feira, o ex-ministro afirmou que Haddad será a voz de Lula. E mais que isso. O ex-ministro disse que se Haddad for eleito, é Lula quem vai governar. 

"Na campanha, vamos deixar claro para o povo o seguinte: votar no Haddad é votar no Lula. É o Lula quem vai governar. Vamos tirar o Lula da cadeia em algum momento. Até porque ele não vai passar o resto da vida lá. E vai sair direto para o Palácio do Planalto para co-governar com o Haddad. Quem vai governar formalmente é o Haddad", disse Gilberto Carvalho à Gazeta do Povo. 

"Não esperem de nós outra saída. O cara preso cresce na pesquisa desse jeito. É preciso respeitar esse sentimento do povo", completou. 

Ex-chefe do gabinete da Presidência nos oito anos de Lula, Gilberto conta que o partido vai manter a candidatura do petista até o final e que cabe a "eles" impedirem seu registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

"Não nos caberá cometer a burrice e a injustiça de tirar o Lula da campanha. Se alguém tem que tirar são eles (ministros dos tribunais). E se fizerem isso vão cometer um erro histórico. Será uma afronta a Justiça, as Nações Unidas, que tomou uma posição pela sua soltura, e ao sentimento de justiça do povo. Pagarão um preço, como estão pagando. Todos eles sabem que o processo do juiz Sério Moro (do caso do triplex) não para de pé". 

O ex-ministro também atuou no governo de Dilma Rousseff. Foi chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Para ele, o favoritismo de Lula está associado a uma ligação histórica de parte da população com sua gestão, que permitiu uma "mudança material na vida das pessoas". 

Lula não gravou para Haddad 

No material de campanha que PT acumula para a propaganda de rádio e TV, e também nas redes sociais, não há gravação de uma mensagem de Lula em apoio a Haddad. Essa imagem ou áudio não existe, segundo Gilberto Carvalho. 

"Naqueles dias no sindicato (que antecederam à prisão de Lula) o Lula não gravou para o Haddad. Não se cogitava ele candidato. Até porque, todo mundo sabe, que o candidato dele era o Jacques Wagner (ex-governador baiano e candidato ao Senado). Mas tem muito material que se aplica a esse momento". 

Gilberto espera que o presidente seja confirmado candidato e, se não for, que possa ainda gravar para Haddad, mesmo preso em Curitiba, na superintendência da Polícia Federal. 

"Seria o fim não permitirem o Lula na TV. Não é possível que vão chegar a esse grau de arbítrio. E se depois houver a cassação (do registro eleitoral) os programas farão a transição para o Haddad com muita emoção e dramatização da dimensão do crime praticado contra o Lula . Vamos usar muito esse sentimento da indignação das pessoas".

Jornalistas debatem estratégia do PT. Assista:

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