Acusado de matar o compositor e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, um dia após as eleições presidenciais em Salvador, o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana tornou-se réu e vai responder na Justiça pelo assassinato.
A juíza Gelzi Maria Almeida Souza acatou nesta terça-feira (23) a denúncia do Ministério Público do Estado da Bahia que acusa Paulo Sérgio de homicídio e tentativa de homicídio duplamente qualificados.
Moa do Katendê foi atingido por 13 golpes de faca em um bar na comunidade Dique Pequeno, bairro da Federação, periferia da capital baiana. O inquérito da Polícia Civil concluiu que o mestre de capoeira foi morto após uma discussão sobre as eleições presidenciais.
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Segundo oito pessoas que testemunharam o crime, o mestre de capoeira defendeu o candidato Fernando Haddad (PT), enquanto o barbeiro disse que apoiava Jair Bolsonaro (PSL). Ambos discutiram e trocaram agressões verbais mútuas no bar.
Cerca de 20 minutos após a discussão, Paulo Sérgio voltou ao bar com uma faca e onde desferiu as facadas contra o mestre de capoeira, que estava sentado e de costas. Um primo de Moa também foi ferido com as facadas.
Em depoimento à polícia um dia após o crime, Paulo Sérgio confessou o crime e confirmou que a discussão foi motivada por diferenças políticas. No mesmo dia, em entrevista à imprensa, ele negou a versão e afirmou que teria discutido sobre futebol.
A versão, contudo, contrasta com o depoimento de oito pessoas que testemunharam o crime que convergem sobre a motivação política da discussão que resultou no crime.
Paulo Sérgio está preso preventivamente no Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador. O Ministério Público da Bahia solicitou que o réu seja levado a julgamento em juri popular.
Além de capoeirista, Moa do Katendê era compositor, percussionista, artesão e militante do movimento negro na Bahia. Foi um dos compositores do Ilê Aiyê, maior dos blocos afro da Bahia, e também um dos fundadores dos afoxés Badauê e Amigos do Katendê.
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