Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quinta-feira (13), em Curitiba, que a campanha sofre um prejuízo por causa do afastamento temporário do cabeça da chapa. Na semana passada, Bolsonaro levou uma facada enquanto fazia uma caminhada em Juiz de Fora (MG) e desde então está hospitalizado.
Mourão também negou que haja um mal estar entre ele e dirigentes do PSL por causa da consulta informal feita pelo PRTB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de o general participar dos debates no lugar de Bolsonaro.
Em entrevista à imprensa, Mourão disse que Bolsonaro é “insubstituível” e sua ausência na campanha causa prejuízos. “Quem mobiliza na rua sempre é ele. Ele é o homem das massas, ele é o grande agitador”, disse Mourão. O general desconversou sobre a possibilidade de assumir a cabeça da chapa caso a recuperação de Bolsonaro leve mais tempo do que o esperado. “Jair está vivo, continuará vivo e vai nos liderar”, garantiu o candidato a vice.
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O prazo para substituição de candidatos nesta eleição termina na próxima segunda-feira (17) – 20 dias antes do pleito. O PT já precisou realizar a troca de candidato a presidente por determinação do TSE, que barrou a candidatura de Lula com base na lei ficha limpa no início do mês.
Consulta para substituir Bolsonaro em debates pegou mal
Mourão negou haver um desconforto entre ele e dirigentes do PSL por causa da consulta feita ao TSE para que ele vá aos debates enquanto o capitão da reserva está em recuperação. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, não gostou da iniciativa e reclamou em entrevista ao jornal O Globo.
“Qualquer coisa neste sentido deve ser conversado primeiro pelo PSL. Quem dá a palavra final chama-se Jair Bolsonaro, afinal de contas está vivo e é o nosso chefe, nosso líder”, disse.
Filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro também não gostou da iniciativa do PTRB sobre a substituição do capitão da reserva nos debates. “O momento é de ter calma, não pode se afobar. Meu pai está se recuperando ainda. A prioridade é essa. É uma decisão que cabe exclusivamente a ele. Qualquer decisão importante como essa tem que passar pelo Jair. Ele é o capitão e todos nós temos que seguir. Se ele entender que vai o Mourão, vai o Mourão; se entender que eu vou, eu vou; se ele entender que ninguém vai, ninguém vai. Mas não é o momento disso ainda”, disse Flávio, também em entrevista ao Globo.
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Em Curitiba, Mourão negou ter havido desentendimento com o PSL sobre o assunto. “Nós fizemos uma consulta informal, não existe ainda consulta formal, para, se for o caso, se o Bolsonaro julgar necessário, eu representá-lo”, disse o general. “A campanha está unida”, garantiu.
General defende nova Constituição sem participação de eleitos pelo povo
Mourão veio a Curitiba para palestrar para um grupo de engenheiros. Durante a palestra, afirmou que a crise econômica que o país atravessa tem início na Constituição Federal de 1988. Em entrevista a jornalistas, depois do evento, ele defendeu a criação de uma nova Constituição.
“Minha opinião é que nós precisamos de uma Constituição mais enxuta. Nossa Constituição é extensa demais. Uma Constituição tem que ser de princípios e valores”, disse Mourão.
DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada
Mas uma eventual nova Constituição, segundo o general, não deve ser escrita por representantes eleitos pelos brasileiros. “Eu julgo que constituinte não é o caso. Foi um erro que nós cometemos no passado e o próprio Congresso se tornou constituinte. Acho que é melhor uma comissão de notáveis e depois submeter o processo a um plebiscito para aprovação da população”, propõe. “Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo”, concluiu.
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