Com o aumento da distância para o adversário do PSL neste segundo turno, o coordenador da campanha presidencial petista, Jaques Wagner, reforçou o entorno de Fernando Haddad com governadores, senadores, deputados federais e estaduais eleitos. Tem costurado discursos caso a caso e monitorado situações diariamente, por localidades.
As tentativas de alavancar a candidatura do PT são últimas cartas que restam nessa reta final. Wagner chegou com a missão de mudar os rumos da campanha, que perdeu o fôlego na dezena final do primeiro turno. Com os resultados da primeira fase nas mãos, ele e a equipe elegeram pontos prioritários de ataque. Primeiro: não perder os cerca de 31,3 milhões de votos em Haddad, que só saiu na frente de Jair Bolsonaro na região Nordeste e no Pará.
"Os melhores nomes do Nordeste, como o Wellington (Dias), o Humberto (Costa), o Rui (Costa), o Camilo (Santana)... Eles vão garantir que não percamos votos na região", destacou um dos nomes destacados na missão.
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O mais desafiador, contudo, está nos estados em que Bolsonaro saiu vitorioso. São Paulo, por exemplo, onde o próprio candidato tem dedicado suas agendas. À vice na chapa petista, Manuela D'Ávila (PCdoB), cabe conquistar o eleitorado de sua terra, Rio Grande do Sul.
Mas o que se espera dessa ofensiva não é que sejam apenas pessoas nas ruas falando de Haddad. “São nossos eleitos defendendo nosso candidato com o discurso certo, o tom combinado, alinhavado, sem pontas. É o que apostamos nesse momento”, explicou um dos incentivadores desse movimento que chamou de “semi-final”.
Cobranças
Apesar do ensaio de falas e das combinações, o partido é cobrado, há muito tempo, para que reconheça os erros de suas gestões. Além de coordenador da campanha, senador eleito pela Bahia Jaques Wagner disse que estava na hora do PT dar início a essa empreitada. Sábado (11), Haddad ensaiou esse movimento.
Mas isso não tem sido suficiente para integrantes de partidos que se aliaram à campanha. Ontem (15), Cid Gomes, também eleito senador, irmão de Ciro, ex-presidenciável pelo PDT, cobrou um “mea culpa” do PT.
Equipe completa
Além dos "novos convocados" por Jaques Wagner, que já faziam campanha para Haddad, mas até então estavam mais concentrados em se eleger, o time é composto também pelos homens de confiança do ex-prefeito de São Paulo: o assessor de imprensa Nunzio Briguglio, além de Emídio Souza e Ricardo Berzoini, dois nomes do PT que haviam se aproximado de Fernando Haddad quando seu nome ainda nem havia sido confirmado sequer por Lula para a cabeça da chapa presidencial.
“O Fernando precisa se sentir mais seguro que nunca pra continuar fazendo seu papel. Ainda mais agora que ele tem que se mostrar como é mesmo. O cara estudado que é, inteligente, mas firme. Então precisa da equipe dele ao lado.”
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Por outro lado, também seguem na campanha, Rui Falcão, Gilberto Carvalho, Paulo Okamotto, Gleisi Hoffmann. Sergio Gabrielli, Luiz Dulci e Franklin Martins assumiram um lugar de menos destaque com a chegada de Jaques Wagner, com quem Fernando Haddad tem mais trânsito e maior confiança.
Todos esses são nomes mais próximos ao ex-presidente Lula. Aliados de Haddad dizem, nos bastidores, que ele se sente “espionado” por alguns deles. “Intrigas sempre haverá e o Fernando está mais preocupado em se eleger”, pondera um mais objetivo.
Diagnósticos
Preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula já havia identificado a fuga de um eleitorado tradicionalmente petista para o lado da direita, representada por Jair Bolsonaro. "A nossa tentativa, nessa reta final, é recuperar esse nicho. E estamos investindo em um discurso de mostrar a realidade, do que podemos devolver ao país, e de quem é Jair Bolsonaro", afirmou um dos participantes do grupo estratégico.
A equipe de Haddad tem conversas diárias presencialmente, por WhatsApp, telefone, videoconferência de muito cedo até muito tarde. Várias vezes ao dia são feitas análises e monitoramentos de diversos cantos do país para tentar captar onde o PT perde e onde ganha votos. São os chamados trackings.
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