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| Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

A cúpula do PT lançou na manhã desta quinta-feira (25), em São Paulo, um ato político para reafirmar o lançamento da candidatura de Lula à Presidência da República. A mobilização ocorre um dia após o ex-presidente ser condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) no processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP). Lula foi o último a discursar e fez críticas à condenação.

Ao final da fala, o ex-presidente descreveu como reage à decisão. “Esse senhor aqui [Lula] não tem nenhuma razão para respeitar a decisão de ontem”, afirmou.

Antes, fez ataques mais diretos: “Não posso aceitar que um canalha qualquer neste país me chame de ladrão”. Para ele, houve um alinhamento indevido entre os quatro juízes que o condenaram - Sergio Moro, em primeira instância, e os três desembargadores do TRF-4 que participaram do julgamento desta quarta-feira (24), em segunda instância.

“Construíram um cartel para dar uma sentença unânime para impedir o tal do embargo infringente [possibilidade de recurso dentro do próprio TRF-4]. Eu não consigo encontrar outra explicação”, declarou o ex-presidente.

Condenado pelo TRF-4, a segunda instância da Lava Jato, Lula fica inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. E, em tese, não pode participar da eleição de outubro. Além disso, já pode ser preso.

O partido considera que a sentença representa a continuidade do “golpe” porque Lula foi condenado sem provas. O PT também classificou o julgamento como uma “farsa”. Já a defesa de Lula informou que não vai aceitar a condenação e irá recorrer.

Lula começou o discurso falando que “hoje (quinta-feira, 20) é um dia especial”. “Não me orgulho porque ontem houve uma sentença de condenação de 3 a 0 contra mim. Mas de orgulho porque meu advogado falou por 15 minutos e três juízes falaram durante tantas e tantas horas e sabem que condenaram um inocente.”

O ex-presidente também declarou que “sempre acreditou” que seria condenado por 3 a 0. “Obviamente que eu não estou feliz. Mas eu duvido que eles estejam com a consciência tranquila”, afirmou. “A votação de ontem foi muito mais para valorizar o corporativismo [entre os juízes] do que uma sentença para julgar alguém, porque não havia crime.”

Sobre Moro, disse que o juiz paranaense usou a condução coercitiva, no ano passado, para incriminá-lo. “O que Moro pensou para determinar a condução coercitiva: ‘Esse cara tem dinheiro em casa’”, declarou. Segundo ele, os policiais federais envolvidos na operação “só não recolheram papel higiênico” em sua casa e não acharam nada. “Eles se prepararam para fazer um filme. E aquela ocupação da minha casa era para fazer um cenário de filme”, disse, em referência ao filme Polícia Federal: a Lei é para Todos.

Candidatura é aprovada por unanimidade

Durante o evento desta manhã, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, colocou a pré-candidatura presidencial de Lula em votação entre a executiva do partido. O resultado a favor do ex-presidente foi unânime.

“Eles [imprensa e adversários políticos do PT] não vão enxertar a discussão do plano B no partido. Querem enxertar essa discussão porque na realidade, não tem candidato, não tem plano de governo para este país”, declarou Gleisi.

O encontro do PT conta com a presença de Lula, da ex-presidente Dilma Rousseff, governadores, senadores, deputados federais, deputados estaduais, presidentes de diretórios estaduais e de dirigentes de movimentos populares e de centrais sindicais. A ideia é mostrar união em torno de Lula.

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