Às 8h30 da manhã desta sexta-feira (6), a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era não ir a Curitiba para se entregar à Polícia Federal.
Lula passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), em companhia dos filhos, amigos e dirigentes do partido, e lá pretende ficar durante o dia.
Em rápida conversa telefônica, Lula disse à reportagem que estava tranquilo, bem disposto, e que já tinha feito seus exercícios matinais como faz todos os dias.
O ex-presidente do PT Rui Falcão confirmou que Lula não vai se entregar em Curitiba, como determina a ordem de prisão. A declaração de Falcão foi dada ao chegar à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na manhã desta sexta. Nem Lula, nem Falcão, disseram se é estudada a entrega em outro local, como alguma delegacia da PF em São Paulo.
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Por lá, aumenta, com o passar das horas, o número de militantes e membros de movimentos sociais ligados ao PT concentrados dentro e fora da sede do Sindicato. Pouco depois das 9h, chegou uma comitiva do Central dos Movimentos Sociais com cerca de 50 pessoas portando bandeiras, cartazes e gritando palavras de ordem em apoio ao ex-presidente.
O ex-presidente petista aguarda o resultado de um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa, dessa vez ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O argumento central é que o TRF-4 antecipou a execução da pena ao determiná-la antes da publicação do acórdão do julgamento dos embargos de declaração apresentados pelos advogados.
Ainda seria possível apresentar novos embargos e por isso, segundo a defesa, a prisão de Lula ainda não poderia ocorrer.
Prisão
O juiz Sergio Moro ordenou, na tarde desta quinta (5), que o petista se apresente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira (6).
A decisão de Moro foi tomada após o magistrado receber ofício do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), na tarde desta quinta (5), autorizando a prisão de Lula.
A ordem de prisão foi a mais rápida entre condenados da Lava Jato que estavam soltos. O ex-presidente será preso nove meses após sentença, enquanto os outros casos duraram de 18 a 30 meses.
A pena definida pela 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) é de 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá (SP).
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