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 | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Segundo religioso a visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula na Silva na prisão, o monge Marcelo Barros relatou em carta nesta segunda-feira (14) detalhes de seu encontro com o petista.

Barros disse no texto ter encontrado Lula sentado à mesa, diante de livros recebidos pelo teólogo Leonardo Boff, que o visitou no dia 7 de maio. 

“De saúde, estou bem, sereno e firme no que é meu projeto de vida que é servir ao povo brasileiro como atualmente tenho consciência de que eu posso e devo. Você veio para me trazer um apoio espiritual”, disse Lula ao monge, segundo seu relato. “E o que eu preciso é saber como lidar cada dia com uma indignação imensa contra os bandidos responsáveis por essa armação política da qual sou vítima, sem dar lugar ao ódio.”

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Na conversa, Lula contou histórias de sua infância. Entre elas, o dia em que resistiu à tentação de roubar uma maçã para não decepcionar a mãe, escreveu o Monge.

“E aí ele prosseguia com lágrimas nos olhos: ‘Agora esses moleques vêm me chamar de ladrão. Eu passei oito anos na presidência e nunca me permiti ir com Marisa [Letícia, sua mulher, já falecida] a um restaurante de luxo, nunca fiz visitas de diplomacia na casa de ninguém. Fiquei ali trabalhando sem parar quase noite e dia. E agora, os caras me tratam dessa maneira’“, disse Lula durante a visita de Barros. 

Antes de encerrado o tempo do Monge na cela, o petista mostrou fotos de família e os dois oraram de mãos dadas.

Lula mandou ainda um recado aos apoiadores acampados em vigília. “Diga que estou sereno, embora indignado com a injustiça sofrida. Mas, se eu desistir da campanha, de certa forma estou reconhecendo que tenho culpa. Nunca farei isso. Vou até o fim”, disse.

E continuou: “Creio que na realidade atual eu tenho condições de ajudar o Brasil a voltar a ser um país mais justo e a lutar para que, juntos, construamos um mundo no qual todos tenham direitos iguais.”

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