O ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência Henrique Meirelles disse nesta sexta-feira (02) em entrevista à Gazeta do Povo que, se sair candidato, vai defender a continuidade das ações do governo Michel Temer, incluindo a pauta de segurança pública. Para ele, a economia está no centro dos debates sociais, como segurança, educação e saúde, porque pode gerar a receita necessária para o Estado investir mais nessas áreas.
“É importante que o brasil continue na trajetória de modernização da economia para que a população sinta cada vez mais os efeitos dessa mudança. A partir disso, vamos para as etapas seguintes e não só na economia. Há outras medidas do governo como a reforma do ensino médio, a reforma trabalhista, projeto de investimento em infraestrutura, o projeto de segurança”, disse.
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Meirelles afirmou que o governo “agiu corretamente” ao decretar a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, mesmo que isso tenha levado à suspensão na tramitação da reforma da Previdência. O ministro continua defendendo que o projeto de reforma seja votado assim que a intervenção acabar porque ela seria fundamental para que o orçamento público tenha espaço para custear os serviços de segurança.
“A segurança é fundamental, mas é importante informar que precismos ter recursos para ter uma boa segurança. Os estados precisam de recursos para pagar salários dos policiais, ter veículos, ter armamento e para isso é importante que o Brasil cresça”, explicou.
A reforma da Previdência faria parte desse processo de recuperação das contas públicas, já que os gastos previdenciários cresce mais do que o orçamento público. “As despesas da Previdência que no ano passado foram quase 57% do orçamento. Elas chegarão em dez anos a 80% do orçamento e aí não haverá dinheiro para educação, saúde ou segurança.”
Com ainda 1% das intenções de votos nas últimas pesquisas eleitorais, Meirelles ainda está tentando viabilizar sua candidatura. Ele deve sair de seu partido atual, o PSD, e negocia a migração para o MDB, partido do presidente Michel Temer – que vem acenando nos bastidores que está disposto a concorrer à reeleição. Nesse processo, ele vem buscando reforçar o discurso de que ajudou a recuperar a economia e que não é um representante apenas do mercado.
“O mercado é um pequeno numero de pessoas e o que define uma eleição é a maioria dos votos”, disse Meirelles. “É evidente que alguém com meramente a provação do mercado financeiro não vai ganhar eleição nenhuma. Para quem é responsável pela economia é fundamental ter o mercado funcionando bem, com inflação controlada, juros caindo, empresas contratando gente e gerando emprego.”
O ministro garantiu também que não deixará para a próxima gestão a responsabilidade de lidar como estouro do teto de gastos e da regra de ouro (que exige do governo que não haja endividamento para pagar gastos correntes). “Vamos cumprir sim o teto na apresentação do orçamento para 2019 e estamos trabalhando em diversas medidas para cumprir a regra de ouro em 2019 . Mas, olhando à frente, precisamos aprovar a reforma da Previdência porque é o que vai garantir que as despesas não vão crescer como cresceram nos últimos anos.”