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Ex-ministro Henrique Meirelles diz que não existe a possibilidade de desistir da candidatura para ser vice em  outra chapa. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Ex-ministro Henrique Meirelles diz que não existe a possibilidade de desistir da candidatura para ser vice em outra chapa.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O pré-candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (23) que o pacote de medidas apresentadas pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, não representa o plano de governo dele nem mesmo qualquer recomendação do partido para sua campanha. A declaração de Meirelles foi dada em entrevista à Gazeta do Povo horas depois de vir a público uma carta em que Marun, articulador político do presidente Michel Temer, apresenta ao colega de partido uma série de medidas para a candidatura do MDB ao Planalto. Várias dessas medidas são polêmicas.

VEJA: Assista à íntegra da entrevista de Henrique Meirelles à Gazeta do Povo

Dentre as propostas de Marun a Meirelles, algumas delas se chocam com a Lava Jato: a anistia ao caixa 2 eleitoral, a aprovação de uma nova Lei de Abuso de Autoridade (cujo texto que tramita no Congresso é visto pela força-tarefa como uma tentativa de dificultar o combate à corrupção) e a criação do Conselho Superior das Polícias (que teria o objetivo evitar que prospere no Brasil um “Estado policialesco” – uma acusação rotineira de que a Lava Jato é alvo).

Marun ainda propôs a criação de uma corte acima do Supremo Tribunal Federal que “possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal” (o Supremo é justamente a corte que tem o papel de interpretar a Constituição). Dentre as ideias do ministro de Temer, também está a cobrança por serviços de saúde pública prestados pelo SUS; apenas pessoas “carentes” não pagariam pelo atendimento.

FIQUE POR DENTRO: Mais detalhes sobre as propostas apresentadas por Marun a Meirelles

Meirelles negou que qualquer dessas propostas faça parte de seu plano de governo. “O MDB, hoje [segunda-feira], já expressou a sua opinião oficial, através de uma comunicação do presidente do partido, Romero Jucá, que basicamente disse que eram opiniões pessoais do ministro Marun e que não representam a recomendação do partido, oficial, ou qualquer plano de governo da minha candidatura”, disse Meirelles à Gazeta do Povo.

“Eu li [a carta de Marun]. Recebi as propostas do ministro Marun assim como recebo propostas de outros segmentos da sociedade. Todas as propostas vão ser analisadas por mim e pela minha equipe para exatamente compor um plano de governo. Estou recebendo essas propostas. Leio. Mas nós vamos analisar todas no devido tempo, na medida em que cada um tem direito de se expressar, dar a sua opinião e fazer suas propostas pelo país, conforme cada um entende que seja o melhor. Mas não tenho juízo de valor sobre cada proposta específica e, portanto, prefiro não opinar sobre as opiniões do ministro, porque são opiniões pessoais dele. E ponto.”

Meirelles diz que a possibilidade de não ser candidato é zero

Henrique Meirelles também negou que possa desistir da candidatura para compor a chapa de outro concorrente como candidato a vice. “Não existe essa possibilidade, zero”, disse.

Ele ainda assegurou que será confirmado como candidato a presidente na convenção do MDB, marcada para o próximo dia 2 – embora haja caciques do partido (como os senadores Renan Calheiros, de Alagoas, e Roberto Requião, do Paraná) que trabalham contra sua candidatura. Renan chegou a atacar publicamente Meirelles e defender Lula, que é pré-candidato a presidente pelo PT.

“Tenho manifestações de apoio de 70% a 80% dos convencionais”, rebateu Meirelles. “Existe articulação política e existe, sim, um apoio consolidado [à minha candidatura] para a convenção do MDB.” Segundo ele, essas vozes dentro do MDB são “absolutamente minoritárias”.

Crescimento econômico é a base das propostas de Meirelles; e ele diz ser capaz de fazer isso

Aos jornalistas da Gazeta, o pré-candidato do MDB também destacou qual é a sua principal plataforma de governo: garantir a retomada do crescimento econômico. Segundo ele, isso irá garantir emprego e renda à população e ao mesmo tempo irá melhorar a arrecadação do governo e permitir que haja investimentos públicos em saúde, educação, segurança, infraestrutura e outras áreas essenciais.

Meirelles destacou que é capaz de fazer isso. E citou como argumento sua experiência como presidente do Banco Central no governo Lula (2003-2010), quando o país passou por uma fase de crescimento, e como ministro da Fazenda da gestão Temer (2016-2018), quando o Brasil saiu da pior recessão de sua história. Afirmou ainda que, apesar disso, não é um candidato “lulista” nem “temerista”, mas “meirellista”.

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Assista à íntegra da entrevista de Henrique Meirelles

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