O elenco de militares das Forças Armadas que se apresenta para disputar as eleições de outubro - número já chega a 90 postulantes em todo Brasil - ganhou um reforço na undécima hora do prazo de filiação. O general Augusto Heleno, uma das principais lideranças do Exército, se filiou ao Partido Republicano Progressista (PRP) no último dia do prazo, em 7 de abril. Ele ingressou na seção do Distrito Federal.
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O general Heleno é cotado para disputar o Senado na capital federal. Na chapa, o candidato a governador do partido é o também general da reserva Paulo Chagas, que preside o grupo Terrorismo Nunca Mais, o Ternuma. Ambos apoiam Jair Bolsonaro, do PSL, para presidente da República.
Heleno foi Comandante Militar da Amazônia, mas ganhou destaque e notoriedade por ter sido o primeiro comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), entre junho de 2004 a setembro de 2005. O efetivo era de 6.250 homens de 13 países.
O militar resistia a se filiar. Sempre disse que não entraria nessa seara, mas acabou se filiando a um partido político. Agora, diz que não foi sensibilizado o suficiente para ser candidato.
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“Fui instado a fazer isso (se filiar). Não tinha nada planejado. Como tem um bom número de militares candidatos, entenderam colocar meu nome também. Estão espalhando por aí que sou candidato ao Senado, mas nada confirmado ainda. Me filiei porque se você não está filiado não pode disputar nada. É como no futebol. Se seu time não está filiado à Federação Carioca não pode disputar o campeonato”, comparou o general Heleno, em conversa com a Gazeta do Povo.
A maior pressão para Heleno se filiar foi feita pelo próprio general Chagas, que aposta no nome de Heleno para alavancar sua candidatura a governador do Distrito Federal. Ele conta como convenceu o colega a entrar na política. Ou ao menos se filiar.
“Levei a ficha para ele assinar, no último dia. Um emissário foi lá, pegou e levou ao partido. O general Heleno está mesmo sob nossa pressão para disputar o Senado. O nome dele é muito bem aceito em levantamento que estamos fazendo”, disse Chagas.
Conhecido por ter algumas posições duras sobre alguns temas, Heleno, ao tratar da intervenção federal no Rio, afirmou que “bandido com fuzil na mão tem que ser fuzilado”.
Com o ingresso do general na política, chega a 90 os pré-candidatos militares. Desse total, 18 estão na ativa e podem decidir até o prazo derradeiro de definição de candidatura, em julho.
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