Em plena campanha para presidente, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está mudando sua fachada. Ao menos de seu gabinete, que virou ponto de visitação de fãs ao longo dos últimos dois anos.
Até algumas semanas atrás, o parlamentar mantinha pregado na fachada mensagens, principalmente, de ataques a políticas governamentais voltadas a homossexuais e ao PT. Isso tudo sumiu. Agora, o que se vê ali é um Bolsonaro nos braços do povo, com fotos enormes de suas andanças pelo país, cercado de admiradores. Saíram os ataques ao “kit gay” e entrou o Bolsonaro “paz e amor”. Com imagens de um estadista.
Durante anos, o deputado manteve o que chamava de “Mural da Vergonha”. Ali estavam, por exemplo, uma foto enorme do ex-prefeito petista Fernando Haddad, de São Paulo, postado durante sua campanha. Ele foi ex-ministro da Educação e apoiou inclusão do universo LGBT no material didático. Foi batizado por Bolsonaro como "candidato do kit gay".
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A ex-presidente Dilma Rousseff também era alvo permanente e apontada como uma guerrilheira, além de ter patrocinado uma "mentirosa" Comissão Nacional da Verdade, que apurou casos de perseguições, desaparecimentos e mortes durante a ditadura.
No novo cenário, Bolsonaro aparece 13 vezes em momentos de glória entre seus seguidores, com bandeira do Brasil na mão. Muitas fotos de pessoas fazendo selfies com ele. E apenas uma frase enorme, que pode ser um slogan de campanha: "vamos resgatar o Brasil".
Não foi uma mudança de visual. Mas de conceito. A estratégia é deixar para trás a imagem do Bolsonaro mais radical, que atacava minorias e, principalmente, homossexuais. Ele nega ser racista, homobófico e preconceituoso. O seu gabinete, agora, está mais apresentável para as centenas de visitantes que passam por lá.
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