Candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro avalia que pode não participar de debates com Fernando Haddad (PT) por estratégia de campanha - e não apenas questões de saúde. “Existe a possibilidade sim estratégica (de não ir a debate)”, afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 11.
Até o dia 18, Bolsonaro não participaria de debates e de agendas públicas de campanha por recomendações médicas. Segundo os médicos, ele ainda tem anemia em razão do atentado sofrido no dia 6 de setembro. Estavam programados debates nesta quinta-feira (11) na TV Bandeirantes e domingo (14) na TV Gazeta. Na segunda-feira (15), haveria um encontro no SBT. Todos foram cancelados pelos organizadores. Os outros debates ainda estão marcados.
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Nesta quinta-feira (11), Bolsonaro provocou o adversário. “O Haddad fica me desafiando: quero que você diga o que fez por 28 anos no Parlamento. Vou responder agora: não roubei ninguém, Haddad”, disse. E emendou: “Como presidente, você aceitaria que o crime organizado continuasse sendo comandado de dentro dos presídios?”.
Em entrevista à rádio CBN, Bolsonaro ironizou a possibilidade de participar de debates com Haddad. “Não adianta debater com alguém que não é quem vai indicar os ministros. Não adianta debater com um ventríloquo do Lula”, afirmou. “Qual é a autenticidade do Haddad?”, questionou.
Para o capitão da reserva, o ministério a ser montado em um eventual governo de Haddad será indicado por Lula. “Do meu lado tem humildade, sem o toma-lá-dá-cá”, disse.
Governo de SP
O candidato pelo PSL disse ainda ter recomendado neutralidade aos companheiros de partido na eleição para governador de São Paulo. Ele disse ter conversado ontem por telefone com o candidato do PSDB, João Doria.
“Não vou meter minha colher em problemas partidários”, afirmou Bolsonaro. “Recomendei neutralidade, não sou capitão nessa hora. Se a Joice [Hasselmann, deputada federal eleita pelo PSL] quiser apoiar um ou outro. Não queremos adesões para o outro lado. Afinal de contas, não é esse o DNA”, complementou.
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Bolsonaro reclamou dos ataques que recebeu do adversário tucano no primeiro turno, Geraldo Alckmin, e de um suposto apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) ao candidato do PT, Fernando Haddad. “Mais uma vez Fernando Henrique Cardoso disse que, em havendo segundo turno, votaria no PT”, disse.
Outros estados
A recomendação de neutralidade vale também para outros estados que tenham disputas a governador, com exceção daqueles em que o PSL está no páreo.
“Essa é a missão mais importante. Nas disputas estaduais onde tem candidato nosso, vamos nos empenhar. Nos demais Estados, vamos partir para a neutralidade. Afinal de contas, meu objetivo é 17, o nosso número para que possamos mais do que repetir a última votação e garantir a nossa eleição”, afirmou a plateia de partidários e aliados nesta quinta (11).
Bolsonaro ainda voltou a defender o candidato a vice em sua chapa, o general Hamilton Mourão. Disse que sua fala sobre o fim do 13º salário foi mal compreendida e que, em vez disso, seu vice propõe o pagamento do benefício no programa social Bolsa Família. A ideia, segundo Bolsonaro, já teria sido aprovada também pelo assessor econômico Paulo Guedes.
Imprensa
Bolsonaro recomendou também aos políticos do seu partido e apoiadores que não falem com a imprensa.
“Recomendo, até se for o caso, a nem falar. Porque grande parte da mídia é de esquerda e quer, de todas as maneiras, arranjar um meio de nos desgastar”, disse Bolsonaro à plateia de aliados.
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Ele se dirigiu em especial aos “eleitos”, que, em sua opinião, devem ter “muito cuidado para lidar com a mídia”. “Eles não querem fazer uma matéria isenta, dizendo algo que você sonha. Ele (o repórter) quer arranjar uma maneira de pegar uma frase sua, uma escorregada, para me atacar”, complementou.
Segundo Bolsonaro, a divulgação de notícias falsas nas redes sociais é uma característica própria do partido adversário, o PT. “Conseguimos enfrentar fake news de toda ordem. E vamos continuar combatendo isso. Somos completamente diferente deles, que atentaram contra a minha vida. Nós somos um perigo não para a democracia, mas para aqueles que teimam em não ser brasileiros”, afirmou.
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