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| Foto: Alan Santos/PR

O presidente Michel Temer afirmou que seria uma indignidade se ele fosse preso em 2019, logo depois de deixar o cargo. Em entrevista à rádio CBN, Temer disse não ter medo de ir para a cadeia após o fim do mandato. “Não temo, não temo, não temo. Eu acho que seria uma indignidade. Eu lamento estarmos falando [sobre isso]”, disse.

A pergunta foi feita ao presidente com base em informações publicadas nesta segunda-feira (7) pela Folha de S.Paulo, que apontam que setores do Ministério Público já falam na aplicação de medidas cautelares a Temer após o exercício da Presidência. “Eu prezo muito a instituição [Ministério Público], mas critico membros que agem politicamente”, afirmou.

O emedebista é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura irregularidade no decreto dos portos. A Polícia Federal apura se ele lavou dinheiro de propina por meio da reforma de um imóvel. O inquérito que trata do caso foi prorrogado por mais 60 dias nesta segunda, por decisão do ministro relator, Luís Roberto Barroso. 

Temer também é alvo de duas denúncias pelos crimes de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção. Esses dois casos estão suspensos por decisão da Câmara até que se encerre seu mandato como presidente.

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Durante a entrevista, ele disse ainda que a decisão do STF, de restringir o foro especial para deputados e senadores, tem efeito ilusório e disse não estar muito preocupado com as mudanças. “As pessoas falam como se fosse uma grande conquista, eu não sei de quem é.”

Temer disse ainda ter se arrependido de ter recebido o empresário e delator Joesley Batista no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial. “Me arrependi, claro, causou prejuízo ao país”, respondeu. Em março de 2017, o presidente foi gravado pelo delator em uma conversa em que eles falam, entre outros temas, sobre a situação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso na Lava Jato.

Durante o encontro, ele disse a frase “tem que manter isso, viu?”, que foi usada pelo Ministério Público para denunciar Temer com base na delação do grupo JBS.

Eleições de outubro

O presidente disse ainda ter conversado com lideranças do PSDB sobre eleições. “O presidente Fernando Henrique me procurou e tivemos uma conversa sobre uma candidatura única das forças governistas.” Ele admitiu ainda ter conversado com o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB, sobre eleições.

Questionado sobre se ainda pretende concorrer à reeleição em outubro, Temer disse que pode vir a ser, mas que admite abrir mão se outro candidato se viabilizar.

O presidente disse ainda ser impossível alguém se eleger sem apoio do governo ou sem as teses do governo. “Se o sujeito vai com a minha cara ou não vai com a minha cara, eu não me incomodo minimamente com isso. Eu quero que ele vá com a cara do governo.”

Ao falar sobre a possibilidade de não concorrer ao pleito de outubro, o emedebista disse estar sendo “caceteado” e “demonizado” por meio de ataques que classificou como morais. Ele disse ainda que o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa não pode ser considerado um outsider da política. “Eu ouço falar na candidatura do ex-ministro há uns dois ou três anos.” 

Intervenção no Rio

Temer rebateu as perguntas sobre os resultados da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ele disse que é apenas uma impressão de que são poucas as mudanças, mas que logo isso vai ser sentido.

Sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, ele disse que muito brevemente devem ser apresentados resultados sobre as investigações. O presidente, contudo, não quis se comprometer com prazos.

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