No seu giro pelo Japão nos últimos dias, o presidenciável Jair Bolsonaro buscou agradar a comunidade brasileira e nisseis que vivem naquele país. Em plena campanha, o deputado discursou que nunca viu um japonês pedindo esmola no Brasil, nem pedindo cota para ingresso em alguma política de governo e jamais os viu inscritos em programas sociais, como o Bolsa Família. Contou que nasceu e viveu numa região, o Vale do Ribeira, em São Paulo, dominada por japoneses e que até sua primeira "namorada virtual", quando tinha 13 anos, era uma descendente de japoneses.
Preocupado em mostrar que está preparado para governar o país e que seu calcanhar de Aquiles não é a economia, Bolsonaro anunciou, pela primeira vez, que já está escolhido o seu “ministro da Economia", caso vença a eleição. Ele já definiu também o nome do ministro da Defesa e em breve escolherá o titular do Ministério da Educação. Não revelou esses nomes. "Esse é o tripé do novo governo", afirmou.
O economista Paulo Guedes tem se reunido com Bolsonaro e concedeu entrevista nesse final de semana defendendo uma ampla privatização de estatais.
No Japão, o presidenciável atacou Lula, o PT e os petistas. Nas suas estimativas, Lula não tem os 37% aferidos pela última pesquisa Datafolha. "Nas minhas contas ele tem 25%", disse Bolsonaro, que atacou os eleitores do petista. "É que passaram por uma lavagem cerebral. Só pode ser".
O presidenciável afirmou que não tem partido e não tem espaço na mídia e que se viabilizou candidato por uma "aliança que costurou com o povo".
O presidenciável contou aos brasileiros do Japão que, sem Lula no páreo, ele lidera. Mas que isso não significa vitória. E fez uma metáfora com o futebol e lembrou um jogo de seu time, o Vasco, numa virada histórica, ocorrida em 2000. Na final da Copa Mercosul, os vascaínos terminaram o primeiro tempo perdendo por 3 a 0. O time virou no segundo tempo para 4 a 3, com três gols de Romário.
"Não ganhamos nada ainda. Minha situação é parecida com a do Vasco. Não adianta terminar o primeiro ganhando de 3 a 0 se deixarmos o adversário virar no segundo tempo".
Na viagem, Bolsonaro está acompanhado de seus três filhos parlamentares e dos deputados Luiz Nishimori (PR-PR) e Ônyx Lorenzoni (DEM-RS). A comitiva vai passar ainda pela Coreia do Sul e por Taiwan.
Assista a vídeos da passagem de Bolsonaro pelo Japão
Metodologia da pesquisa
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, após o julgamento no TRF-4, que ocorreu no dia 24. O Datafolha ouviu 2.826 eleitores em 174 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. E tem um nível de confiança de 95%, o que significa que, se a pesquisa for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem e erro. O levantamento, encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/2018.
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