Em entrevista ao Jornal Nacional, Marina Silva, candidata à Presidência da República Marina Silva (REDE), afirmou nesta quinta-feira (30) que pretende fazer um “governo de transição”, disse ser favorável à Reforma da Previdência e que tem certeza que ex-aliados de seu partido não irão sabotar sua gestão. Ela ainda alfinetou seus ex-correligionários do PT, que passaram a ver como inimiga após sua saída do partido.
“Eu vou ser um governo de transição. Durante quatro anos vou governar esse país para que possa ser um país que volte a crescer”, afirmou.
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Sobre sua capacidade de construir base, Marina respondeu que o racha em seu partido em 2014, quando ocorreu uma debandada de deputados filiados, Marina justificou que foi falta de concordância quanto ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas que ela “mantem excelentes relações” com quem saiu da Rede.
A presidenciável disseque metade dos que saíram do partido já haviam deixado claro que não votariam a favor do impeachment de Dilma.“Ser líder não é ser dono do partido”, afirmou. “Vamos governar conversando com todos. Duvido que essas pessoas (que saíram de seu partido) vão sabotar o meu governo. Duvido que alguém como (Eduardo) Suplicy vai sabotar meu governo”, disse.
Previdência
Ao ser questionada se teria posições firmes e definidas, Marina afirmou ter clareza sobre a reforma da Previdência, e disse ter as diretrizes para realiza-la.
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Segundo a candidata, a reforma proposta por Michel Temer foi uma tentativa “a toque de caixa”, com pouco debate com todos os setores. Porém, ela não falou qual será a idade mínima para homens e mulheres, o que levou a jornalista Renata Vasconcelos a ironizar que Marina iria “debater e debater”.
“O governo esqueceu o processo. Esqueceu o processo na reforma trabalhista”, afirmou.
Apoio a Aécio Neves
Os entrevistados questionaram Marina sobre seu apoio ao tucano Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014. Ela afirmou que não se tinha informações, na época, de que eles teriam cometido crimes, mas disse que agora terá as ferramentas para evitar apoiar ou trazer para seu governo aliados que sejam citados por indícios de corrupção.
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Neste sentido, ela ressaltou que apoia a Lava Jato. “Hoje estou muito bem calçada . Fui a única candidata até agora a ir à transparência internacional e eles produziram mais de 70 propostas para a corrupção. Me comprometi que vou adotar uma série de medidas que estão ali”, disse.
Alianças
Uma das mais vocais contra a politica de “toma lá, dá cá”, de troca de cargos por apoio no Congresso, Marina respondeu com mais ênfase sobre questionamento dos entrevistadores sobre alianças de seu partido, nos estados, com partidos como o MDB.
“Mas a senhor não tem alianças, não tem coligação? Quando eu faço alianças com aqueles que sobraram da corrupção, as pessoas me atiram?”, disse.
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Ela ainda cutucou seu opositor Geraldo Alckmin (PSDB): “Incoerência é fazer aliança para ter tempo de televisão”, disse. Alckmin firmou aliança com os cinco partidos do chamado Centrão, que rendeu a ele quase a metade do tempo do programa eleitoral gratuito.
“Não vamos sacralizar partidos. Pessoas boas têm em todos ao partidos, e se eu ganhar vou governar com o melhor de todos os partidos. Nossa linha é programática baseada em trajetórias de vida”, disse.
Meio Ambiente
Willian Bonner causou o momento de maior stress na candidata, ao abordar seu período como ministra do Meio Ambiente do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O entrevistador questionou se Marina conseguirá dar espaço para a atividade agrícola e mesmo para os licenciamentos ambientais. Bonner questionou se ela não tinha autocríticas sobre sua gestão, que teria sido vista, segundo o jornalista, com ressalvas até pelo próprio presidente.
“Fiz tudo com base técnica. Se você perguntar, ‘Marina você acha que tinha a estrutura adequada? Vou dizer que acho que não”, afirmou.
Participaram das entrevistas no Jornal Nacional nesta semana os candidatos Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL e Geraldo Alckmin (PSDB). As entrevistam tiveram 27 minutos de duração.
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