Na estreia do horário eleitoral gratuito no segundo turno no rádio, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) partiu para o ataque contra o PT e seu adversário, Fernando Haddad. Já o programa do petista ligou o concorrente à onda de violência gerada na campanha à Presidência da República e não citou, como havia feito no primeiro turno, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro, que praticamente estreou no horário eleitoral, já que na primeira fase da campanha tinha menos de 10 segundos por programa, lembrou a ascensão do socialismo e do comunismo na América Latina, citou a criação do Foro de São Paulo, “grupo liderado por Lula e Fidel Castro (ex-presidente de Cuba)” e até divulgou um áudio do ex-presidente brasileiro, preso em Curitiba. “Todos que participaram do Foro de São Paulo chegaram ao poder”, diz Lula.
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O programa do candidato do PSL informou que Cuba é o país mais atrasado do mundo, lembrou as crises na Venezuela e do Brasil, governado pelo PT entre 2003 e 2016. “Estamos à beira do abismo (...) fizeram de Brasília um balcão de negócios e muitos estão presos”. A locução citou também que o vermelho, cor do PT, jamais foi a cor da esperança.
Nesse primeiro programa eleitoral de Bolsonaro, Haddad foi chamado de “boneco de Lula”, e declarações de pessoas procuram afastar as acusações de racista e machista de Bolsonaro. “Sou mulher e negra. PT nunca mais. A nossa bandeira é verde e amarela”, afirma uma apoiadora do deputado federal.
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Na parte final, Bolsonaro é apresentado ao eleitor e reforça a a aproximação com o eleitorado feminino, com a repetição do relato emocionado de uma reversão de vasectomia para que pudesse ter uma filha, Laura, a única mulher após quatro homens.
“Democracia está em risco”, diz Haddad
Na abertura do programa do candidato petista, a mensagem foi a de que a “democracia está em risco” e o que o segundo turno, “que deveria ser de debate de propostas, foi transformado por seguidores de Bolsonaro em onda de violência”.
Declarações do candidato do PSL de que iria “fuzilar a petralhada” são alternadas com vários relatos de violência, como o assassinato do mestre de capoeira e produtor cultural Môa do Katendê, em Salvador (BA), com 12 facadas, após defender o voto no PT. Em seguida, Haddad repete o bordão que seu sonho é oferecer aos brasileiros ao menos uma oportunidade, com educação e emprego, “um livro em uma mão e uma carteira assinada na outra”.
O próprio Bolsonaro foi vítima dessa violência ao ser esfaqueado no dia 6 de setembro durante um ato de rua em Juiz de Fora (MG), quando ficou entre a vida e a morte.
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O programa do petista cita o casamento de 30 anos com Ana Estela e filhos Frederico e Carolina. Lembrou que Haddad foi ministro da Educação e reforça o pedido de paz antes de citar algumas propostas para o governo, caso eleito – além de emprego, a retomada de obras paradas, incentivo à construção civil e a criação do ensino médio federal.
Ao final, Haddad afirma que é hora de “olhar para frente”, pede união e o voto “mesmo que você eleitor tenha votado em outro candidato no primeiro turno, eu quero conversar com você”, disse. “Essa campanha não é de um partido, é dos que querem mudar para melhor o nosso país (...) Vamos nos unir, a hora é agora. Quero contar com todos que são a favor da democracia e dos direitos do povo”.
Ao contrário do primeiro turno, quando Lula dominou os programas de Haddad, o ex-presidente, ao menos neste primeiro, não foi lembrado.
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