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| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Sob impacto da facada que atingiu Jair Bolsonaro (PSL) e às vésperas da troca de Lula por Fernando Haddad como candidato do PT, a campanha presidencial renasce após o feriadão com um rearranjo de forças. A medida de quem emerge para essa nova fase com mais força sairá das próximas duas pesquisas. O Datafolha vai às ruas nesta segunda-feira (10) e divulga o resultado à noite; na terça (11) é a vez do Ibope.

Ambas as sondagens vão refletir os impactos dos 10 primeiros dias do horário eleitoral e dos três primeiros debates televisivos. O último deles, realizado neste domingo (10) pela TV Gazeta/Estadão, não contou com Bolsonaro nem com qualquer representante do PT. Ausências que contaminaram o tom dos confrontos e prejudicaram a oportunidade dos demais adversários.

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A hora da verdade da campanha será ditada por dois polos com problemas similares de desenvolvimento da campanha. O de Bolsonaro terá seu bunker num quarto de hospital. O do petismo continua tendo como quartel-general uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde Lula está preso.

Aliados de Bolsonaro acreditam que as novas pesquisas vão marcar um avanço para um patamar de 30% e com sinalização de vitória no primeiro turno. No último Datafolha, de 22 de agosto, ele aparecia isolado na liderança com 22% no cenário com Haddad como candidato do PT. Marina Silva (Rede) vinha na sequência com 16%, Ciro Gomes (PDT), 10%, Geraldo Alckmin (PSDB), 9%, Alvaro Dias (Podemos), 4%, Haddad, 4%, Henrique Meirelles (MDB), 2%, João Amoêdo (Novo), 2%, Cabo Daciolo (Patriota), 1%, Guilherme Boulos (PSOL), 1%, Vera Lúcia (PSTU), 1%, eJoão Goulart Filho (PPL), 1%.

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Um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, o deputado federal Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) dá o tom do novo espírito da militância. “O capitão (Bolsonaro) já deu tudo que tinha que dar. Quase até a própria vida. Agora, a partir de segunda-feira, é nós que vamos para rua defender suas ideias. E venceremos no primeiro turno”, diz o parlamentar.

No sábado (8), advogados eleitorais de Lula tentaram uma última cartada para protelar a troca na chapa. Eles solicitaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prorrogação do prazo para a substituição, estipulado para o dia 11, por mais seis dias, até o dia 17. A defesa alega que o prazo é essencial para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa analisar o recurso contra a decisão do TSE que negou por maioria de votos o registro da candidatura, antes de uma alteração definitiva de Lula por Haddad. O argumento é que uma decisão definitiva sem análise do Supremo seria uma “injustiça”.

No braço político do partido, é dado como certo que Lula deve sair de cena entre esta segunda e terça, num ato em Curitiba, e após conversas com Haddad. Outro ato pré-agendado para São Paulo vai inaugurar a fase Haddad-Manuela D´ávila, que será a nova vice e está sumida até agora da campanha, para desgosto de seu partido, o PCdoB.

Em meio aos próprios imbróglios internos do partido, há quem veja no atentado contra Bolsonaro como um “acelerador” da transferência de votos para Haddad. “Vai surtir [o ataque a Bolsonaro] efeito positivo para nós. É hora de deixar o esforço de tentar legalizar Lula como candidato e lançarmos imediatamente o Haddad. Tendo Lula como condutor de sua campanha, claro”, disse um ex-ministro petista, que pediu para não ser identificado na reportagem.

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