Evento no Parque Barigui, em Curitiba, neste domingo (19), marcou a defesa da campanha das “Novas Medidas Contra a Corrupção”| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Os organizadores do conjunto de 70 propostas intitulado “Novas Medidas Contra a Corrupção” estão convocando candidatos a assinarem uma carta-compromisso de seguir as práticas do documento. Para que a assinatura seja aprovada, no entanto, os interessados precisam se enquadrar em ao menos dois critérios: ter a “Ficha Limpa” e compromisso com a democracia. A ideia é disponibilizar ao eleitor uma ferramenta para avaliar quem são os concorrentes da eleição de outubro que estão alinhados aos princípios defendidos pelos organizadores.

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Entre as principais ideias defendidas pelo documento, encontra-se a redução do foro privilegiado, a prevenção às práticas corruptas, instituição de mecanismos de controle social e a tipificação da corrupção privada como crime. “Nosso objetivo é fazer com que o máximo possível de políticos assinem o documento. É uma forma do eleitor cobrar o candidato, caso ele seja eleito, por exemplo”, afirma Nicole Verillo, integrante da Transparência Internacional - instituição responsável por elaborar as medidas, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

CONHEÇA: as 70 medidas contra a corrupção

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A ideia é que os candidatos se comprometam publicamente com a pauta e, caso eleitos, levem as medidas adiante no Congresso Nacional. Em seguida, a Transparência Internacional irá monitorar o cumprimento dos compromissos de deliberar – e eventualmente aprimorar – e aprovar as propostas da sociedade compiladas nas “Novas Medidas contra a Corrupção”.

Divididas em 12 blocos temáticos, as propostas foram criadas com o auxílio de 373 instituições brasileiras, redigidas e revisadas por mais de 200 especialistas e acrescidas da colaboração de cerca de 900 pessoas que se cadastraram voluntariamente no site do projeto. A inspiração é o pacote de “Dez Medidas Contra a Corrupção”, documento elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF) que acabou estraçalhado no Congresso Nacional, em 2016, por deputados e senadores.

Apoiadores da campanha estendem uma bandeira do Brasil no parque curitibano 

Mudanças

De acordo com Nicole, a principal mudança do novo pacote para o antigo conjunto de medidas é a abrangência de assuntos tratados. “Como o anterior havia sido feito pelo MPF, ele olhava apenas para o viés punitivo. As novas medidas, enquanto isso, têm propostas para eliminar a corrupção de forma sistêmica, antes da punição”, explica.

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Outra diferença é que, desta vez, o público pôde participar da criação do texto, o que tornou o processo mais assertivo. Além dos candidatos, qualquer brasileiro pode assinar o compromisso com as medidas por meio do site do projeto.

Apartidário

Uma das questões que mais chamam a atenção na campanha é o fato de ser apartidária. A intenção é visível pela logomarca do movimento, que usa as cores azul e rosa, e também está nos discursos de quem ajudou a criá-la e divulgá-la. “Desde 2013 o Brasil ficou muito polarizado, e essa divisão de grupos é ruim para pressionar o congresso. A luta contra a corrupção importa a todos, temos que defender isso juntos”, opina a integrante da Transparência Internacional, que acrescenta que não é preciso criar uma amizade íntima entre grupos, basta concordar sobre esse ponto.

Cores do movimento são exibidas no parque da capital paranaense 

Ato Cívico e 2º Congresso Pacto Pelo Brasil

Lançado em 5 de junho, o pacote das novas medidas está sendo divulgado em eventos por todo o país. Neste domingo (19), foi a vez de Curitiba, que recebeu um ato cívico no Parque Barigui, onde foi gravado um vídeo com os apoiadores do movimento. No local, um candidato que já se comprometeu com a assinatura do documento foi Oriovisto Guimarães (Podemos), que irá concorrer a uma vaga no Senado pelo Paraná. “Nosso país só vai tomar jeito o dia que nós tivermos políticos honestos, que pensem na nação e pensem em usar cada centavo em benefício da população e não em benefício próprio”, avaliou.

A propagação das ideias deve continuar nesta segunda-feira (20), quando tem início o 2º Congresso Pacto Pelo Brasil, na capital paranaense. Promovido pelo Observatório Social do Brasil, o evento irá discutir a agenda para eliminar a corrupção e terá palestras a respeito do pacote de medidas. Durante a tarde de segunda, o procurador do MPF Deltan Dallagnol fará uma análise das 70 propostas e alguns políticos e candidatos devem assinar o compromisso com o projeto.

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Conheça as 70 medidas contra a corrupção:

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]