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Oxigenar os quadros da política brasileira e dar chance a pessoas comuns que queiram atuar ativamente nela. É possível fazer isso investindo em nomes que já participaram, de alguma forma, da vida pública? Para Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBR, sim. O projeto, que selecionou 133 “novos líderes” para fazer parte de um curso de formação, tem entre seus bolsistas um ex-ministro do governo Temer (MDB) e diversos secretários estaduais e municipais de várias partes do país.

“O que eu acho que a gente quer dizer com ‘novo’ é muito mais novas práticas e novos personagens. Ao meu ver não se pode estigmatizar a política e achar que todo político é problemático ou toda renovação é muito difícil”, avalia Mufarej. Para ele, é preciso olhar para quem é competente e honesto e está disposto a fazer política. Mufarej esteve em Curitiba e concedeu entrevista à Gazeta do Povo.

É com o mesmo tom que o fundador do RenovaBR lamenta não haver um candidato à Presidência que não seja político. “Esse é um clamor da sociedade. Existe uma fadiga no sistema. As pessoas estão procurando alternativas, mas elas não estão presentes, principalmente uma candidatura majoritária presidencial. Se a gente tivesse essa candidatura majoritária presidencial de renovação isso ajudaria a mudança a acontecer em uma velocidade maior.”

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Apoiador do projeto do RenovaBR, o apresentador Luciano Huck foi um dos nomes que surgiram como opção ara ser essa candidatura. Mas, depois de meses de negociação e reflexão, em fevereiro deste ano ele desistiu de se lançar. “A decisão de entrar na política, para uma pessoa que tem sua vida estruturada, não é óbvia. Você tem que estar disposto a ser escrutinado, a ter sua vida pessoal devassada, não é uma coisa confortável”, afirma Mufarej. Ele diz acreditar que a sociedade deveria apoiar iniciativas como a do apresentador, em vez de olhar para elas com suspeição.

A difícil tarefa de ser candidato

Ser candidato a cargos eletivos no Brasil não é uma tarefa simples. As campanhas precisam de muito dinheiro – que não pode mais vir de empresas – e a construção de um nome que efetivamente receba votos é complexa. Por isso é comum ver famílias inteiras ocupando esses cargos por décadas a fio. É mais fácil para quem já está no meio político permanecer nele do que para quem é completamente novo.

“Não é uma tarefa simples, mas temos que buscar representantes diferentes, olhar para alternativas. As pessoas querem votar em novos personagens e olhar para novas práticas. Tem um monte de gente disposta a fazer política de um jeito diferente”, diz Mufarej.

Segundo a avaliação do empresário, uma das maneiras de melhorar o cenário atual é preparando pessoas que tenham interesse em seguir carreira política. “O Brasil tem instituições de formação variadas, mas a gente não ensina o político a fazer seu trabalho. O político custa caro pra burro e a gente não o prepara. Às vezes ele não entrega o que prometeu porque nem sabe como fazer, não tem ideia de como articular um projeto de lei, uma fiscalização do executivo ou articulações que envolvem a melhoria da vida das pessoas”.

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Como, no entanto, a lei brasileira impede que haja candidatos avulsos, esses novos nomes obrigatoriamente têm que se filiar a partidos já existentes. Encaixar seus integrantes aos velhos partidos é, portanto, outro desafio para os movimentos que levantam a bandeira da inovação. “O Brasil tem partidos demais e partidos de menos ao mesmo tempo. Há poucos partidos que têm visão ideológica. Ao mesmo tempo as pessoas não conseguem se enxergar nos partidos”, observa Mufarej.

Os desafios do Brasil

Na avaliação do fundador do RenovaBR o país tem três grandes problemas que precisam ser enfrentados com urgência. Eles são a segurança pública, a educação e a saúde. Ele diz que o modelo de segurança pública adotado atualmente precisa ser reavaliado, porque não está funcionando. A saúde, também, tende a piorar com o envelhecimento da população. Quanto à educação, o empresário afirma que se trata do “maior fator de exclusão neste país”. Uma criança que só tem acesso a uma educação pública de baixa qualidade, para ele, “está condenada a não ter mobilidade social. As pessoas saem de condições completamente diferentes, nós precisamos mudar isso”.

Confira a entrevista na íntegra

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