Pré-candidato à presidência da República pelo Partido Novo, o empresário João Amoêdo defendeu nesta quinta-feira (12) a prisão após condenação em segunda instância e disse que não lamenta a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorreu no último sábado (7). Para ele, é preciso diminuir a impunidade no Brasil.
“Eu não lamento a prisão. O que eu lamento é que ele tenha feito esses atos de recebimento de propina de empresas quando ele sempre se disse defensor dos mais pobres. A prisão, no meu entender, foi só consequência desses atos errados cometidos por ele”, disse Amoêdo, em entrevista ao vivo transmitida pela Gazeta do Povo em suas redes sociais.
Leia também: ‘Difícil de engolir essa’, diz Janot sobre Alckmin fora da Lava Jato
O pré-candidato também minimizou o resultado de pesquisas eleitorais que o colocam na lanterna entre os demais candidatos à presidência. “Eu acho que fui muito bem nas pesquisas. Porque na primeira pesquisa que foi feita, eu apareci com 1% dos votos, o mesmo percentual do Rodrigo Maia, do Henrique Meirelles, do Fernando Haddad, pessoas que estão na política há muito tempo”, rebateu.
O pré-candidato também aproveitou para cutucar o ex-prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que se elegeu em 2016 com um discurso de que não era um político, e sim um gestor. “A política é importante, a política é necessária, as instituições são fundamentais. Agora, o que a gente quer é uma forma nova de fazer política, onde a pessoa deixa de ser um ator e passa a falar a verdade. Entrar na política e dizer ‘olha, veja bem, eu não sou político, estou aqui fingindo que estou fazendo outra coisa’, não. Não dá pro sujeito entrar dentro do campo e dizer que não é um jogador de futebol”, criticou o pré-candidato do Novo. “A gente é político, quero entrar na política para ser político, por isso que a gente montou um partido”, disse.
Financiamento
O Novo é contra qualquer distribuição de dinheiro público para partidos políticos. Amoêdo afirmou, durante a entrevista, que uma opção é o autofinanciamento. O pré-candidato diz que apesar de defender o autofinanciamento, não pretende bancar toda a campanha sozinho. Segundo o pré-candidato, ele deve bancar entre 15% e 20% do dinheiro gasto.
“Eu concordo 100% que as pessoas possam usar o dinheiro que foi ganho por elas para fazer o financiamento integral da sua campanha. O que eu não concordo é com o fato de o Congresso ter aprovado R$ 1,7 bilhão, dinheiro que está saindo da educação, da saúde, do nosso bolso, para financiar partidos políticos”, criticou.
Propostas
O pré-candidato também falou sobre propostas que devem estar em seu programa de governo. Entre elas, a privatização de todas as empresas estatais para aumentar a concorrência e garantir um preço mais justo dos serviços para os consumidores.
“Na minha avaliação a gente não poderia vender nem o Banco do Brasil e nem a Caixa para um dos bancos hoje existentes, porque a gente estaria concentrando ainda mais o mercado. A modelagem da privatização tem que ser tal que crie concorrência, para que o consumidor possa ter mais opções, preços mais baratos e serviços de maior qualidade”, explicou.
Na área da segurança pública, o pré-candidato defendeu uma integração maior entre os governos federal, estaduais e municipais, a revogação do estatuto do desarmamento, uma legislação penal mais rígida, a reforma dos presídios, o combate firme ao crime organizado e o maior uso de tecnologia na polícia.
O candidato também afirmou ser conservador nos costumes, mas defendeu que não é papel do Estado regular esse tipo de tema. “Quanto aos hábitos pessoais das pessoas, eu acredito que elas têm que ter liberdade, nesse ponto da responsabilidade e da individualidade do cidadão, e não cabe ao Estado e ao representante público, no meu entender, impor o que ele julga correto para si para terceiros . As pessoas têm que ter liberdade de se posicionar sobre isso”, disse Amoêdo.
Segundo o pré-candidato, o Novo adotou uma posição favorável à união homoafetiva e ao desarmamento, mas temas como aborto e descriminalização das drogas serão decididos caso a caso pelos parlamentares eleitos pelo partido, sem orientação da legenda nesse sentido. “Pessoalmente, sou a favor do aborto nos casos previstos em lei”, completou.
Assista à entrevista na íntegra:
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Deixe sua opinião