A campanha eleitoral nem bem começou e algumas "dobradinhas" da corrida presidencial já estão colocadas – muitas delas por afinidade e outras tantas por puro interesse. Os primeiros debates, entrevistas e postagens nas redes sociais já mostraram quem está alinhado com quem.
Alguns candidatos – para se promover ou atacar um determinado adversário – atuam como linha auxiliar de um terceiro. Não bastasse liderar as pesquisas – e ainda que dificilmente seja candidato –, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, proibido de participar desses encontros, tem seus "apoiadores", que acabam fazendo propaganda para ele, direta ou indiretamente.
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Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) são uma dessas linhas auxiliares. No caso, de Lula. Como tática de campanha, Meirelles se apresenta como o responsável único pelas conquistas sociais e avanços na economia nos primeiros anos do governo Lula. No último debate, na Rede TV, ele citou o ex-presidente cinco vezes. Começa sempre com um: "Quando integrei o governo Lula...".
Boulos defende as políticas de Lula e foi favorável que o púlpito com o nome do petista ficasse no palco no encontro na Rede TV. Por citar pouco o PSOL nas suas falas e dada sua aproximação com Lula, é confundido com um petista.
Outra dupla que anda afinada é Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota). Os dois têm perfis e pautas semelhantes: contrários ao aborto, defendem família, atacam o kit gay, defendem a população armada. No último debate, restaram a Bolsonaro apenas duas opções de candidatos para fazer pergunta, que eram Boulos e Daciolo. "Prefiro uma conversa mais produtiva com o Daciolo", disparou o candidato do PSL.
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Ciro Gomes (PDT) foi o "gentleman" do debate. Quando discordava das ideias do adversário pedia até desculpas por isso. Passou boa parte do debate – se via no fundo da tela – trocando ideias com Boulos. Ciro rasgou elogios a Marina – "fomos ministros juntos" – e parece usar dessa estratégia. Afinal, seu temperamento estourado e pavio curto atuam como grandes adversários do pedetista.
O formato dos debates – que permite um presidenciável fazer pergunta a outro – é usado como estratégia. Se interessa a um candidato mostrar as fragilidades do outro e tentar fazer perguntas "pegadinhas" e que desgastem o adversário, melhor.
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