“Faz a arminha, filha! Faz a arminha, filha!”, dizia um pai a uma menina muito pequena, que estava ainda naqueles carrinhos para bebê empurrados pelos pais. Ela usava uma camisa de Jair Bolsonaro e o pai dava risada da orientação dada a menina. A cena se deu logo na fila de entrada do local onde ocorreu a convenção que oficializou Bolsonaro candidato a presidente pelo PSL, no último domingo (23), no Rio de Janeiro.
A polêmica que envolve seguidores do candidato, e o próprio – um capitão reformado do Exército – em estimular crianças a fazer o gesto de uma arma com as mãos ganha corpo. O gestual começou entre parlamentares da chamada bancada da bala, em poses ao lado de Bolsonaro, e se tornou uma espécie de símbolo informal da campanha dele.
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A associação de crianças com símbolos militares e que lembram essa área da segurança pública é frequente. Na convenção, os pais circulavam com filhos vestidos com roupas que remetiam a esse universo. Foi o caso de João Felipe, que deu entrevistas com a filha no colo. Ela estava com um vestido no tom verde-oliva que lembrava uniformes de campanha. Felipe perguntava a criança: “filha, quem você veio ver aqui?”. Depois de insistir, ela balbuciou o nome de Bolsonaro. O pai explicou a razão de seu apoio ao presidenciável.
“Apoio por ser um candidato patriota, honesto e com Deus no coração. Não precisa de político a seu lado, não. O maior trunfo é ter o povo a seu lado. Nossa cor é verde e amarela. E jamais será vermelha”, disse João Felipe.
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Os “personagens” da convenção eram os mais distintos. Tinha um bolsonarista com máscara de Donald Trump; outro caracterizado como Bolsonaro, com terno, gravata e a faixa presidencial. O comerciante Ricardo Roriz, que vive de um “brechó de militaria”, em Copacabana – ele vende produtos e quinquilharias militares –, chamou a atenção pela vestimenta.
Estava com um uniforme da Marinha americana e um capacete utilizado na Guerra do Vietnã. Na perna direita, ele tatuou o rosto de Bolsonaro com a inscrição “o último cipó”, que significa a última solução. Ex-eleitor do PT, Roriz contou a razão do apoio a Bolsonaro.
“A hora é dele. Já teve o momento de todo mundo, que não deu certo. É a nossa esperança. O país precisa de alguém assim. Quando fiz essa tatuagem, há meses atrás, fui chamado de louco. Olha a quantidade de louco aqui comigo”, disse Roriz.
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