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 | Evaristo Sa / AFP Photo/Antônio More / Gazeta do Povo
| Foto: Evaristo Sa / AFP Photo/Antônio More / Gazeta do Povo

Pode parecer contraditório, mas uma eventual ausência de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, nas eleições de 2018 será ruim para o desempenho do candidato declarado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). É o que avaliam aliados do "núcleo duro", o grupo mais próximo ao deputado-militar. A tese defendida por eles é que a polarização com Lula ajuda Bolsonaro.

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Sem o petista no páreo, o parlamentar pode ficar sem a quem se contrapor. A convicção dessa turma é que com Lula na disputa a vitória de Bolsonaro está garantida. Será o futuro presidente do Brasil. 

É o que acha, por exemplo, o deputado e coronel Alberto Fraga (DEM-DF), que tem promovido reuniões, almoços e jantares em torno de Bolsonaro em sua casa, em Brasília. Ele colocou essa posição para o pré-candidato, numa avaliação que fizeram nesta semana, na presença, assegura, de 42 deputados na sua residência. 

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“Minha posição é a seguinte: se o Lula for candidato, o Bolsonaro é o futuro presidente da República. Porque essa disputa continuará polarizada entre os dois. Será o bem (Bolsonaro) versus o mal (Lula). A moral (Bolsonaro) contra a imoralidade (Lula). Muita gente está votando e vai votar no Bolsonaro pelo fato de o Lula estar do outro lado”, acredita Alberto Fraga, que faz outra comparação entre os dois principais candidatos. 

“O Bolsonaro tem o discurso hoje de combate a corrupção. Nunca se envolveu em escândalos. Sem o Lula, ele vai perder um pouco desse argumento. Vai esvaziar. Vai falar contra a corrupção num debate, mas vai olhar para o lado e o Lula não estará lá”, complementou Fraga. 

Com a saída de Lula, o deputado do DEM acha que a esquerda terá outras opções, de candidatos com discurso da moralidade. 

“Mas esquerda está inflacionada. Cheio de candidatos lá.”

Surra

O deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD-PA), outro da linha de frente de Bolsonaro, segue o mesmo raciocínio.

“Já disse isso ao Bolsonaro. Precisamos do Lula 'vivo', concorrendo. Para darmos uma surra neles nas urnas e nas ruas, se precisar também”, disse Éder Mauro. 

Discordância

Embora majoritária, a ideia não é unânime no grupo dos “bolsonaristas”. O deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) pensa diferente. Para ele, quanto mais Lula estiver longe da disputa, mais adesões o seu candidato ganha. 

“Quanto mais próximo da inelegibilidade, mais aumenta o apoio. Nas ruas e no Congresso. Gente de vários partidos. A conta hoje é de 42 deputados no entorno de Bolsonaro.  Mas discordo que Bolsonaro precise do Lula na disputa para vencer”, disse Francischini. 

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