O senador cearense Tasso Jereissati e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistiram nesta segunda-feira (27) de disputar a presidência nacional do PSDB na convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 9, em Brasília. Os tucanos defendem agora que o governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República, assuma o comando do partido.
Tasso e Perillo se reunirão ainda hoje com o governador paulista em São Paulo. Alckmin quer uma conversa conjunta com os dois para “aparar arestas”. A expectativa é de que, após o encontro, seja anunciada uma chapa única para a executiva do PSDB.
Depois de um longo dia de conversas, Alckmin, decidiu na noite de domingo (26) que concorrerá à presidência do PSDB. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou das conversas ao longo do domingo (26). Mas, para isso, o governo paulista exigiu que Tasso e Perillo saíssem da disputa.
O primeiro sinal positivo veio de Tasso, com quem Alckmin conversou na última quinta-feira (23). O encontro com Perillo aconteceu na noite de domingo, em São Paulo.
Sua candidatura é vista como a única saída para unificação do partido, diante disso, ele quer evitar que essa unidade se dê apenas “da boca para fora”.
Partido rachado
O PSDB está rachado diante das divergências em torno do apoio do partido ao governo Michel Temer e às medidas defendidas por ele. A ala liderada por Tasso adota uma postura mais contundente de críticas ao governo e propõe que o partido faça um discurso de “mea culpa”, criticando a prática de troca de cargos por apoio político.
Já a candidatura de Perillo foi costurada com o apoio do senador Aécio Neves (MG), licenciado da presidência do PSDB desde que se tornou alvo da delação da JBS, em maio deste ano. Alckmin considera a postura adotada por Tasso como “radical” e temia que o tom de críticas levasse o PSDB a um “isolamento” em 2018. Atento às movimentações partidárias, o tucano já vislumbra alianças com outras legendas, buscando fortalecer sua candidatura.
Por outro lado, também não agradava 100% o paulista a candidatura do governador goiano. Ao se tornar presidente nacional da legenda, Alckmin fortalece sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018, cargo para o qual é favorito entre os tucanos.
Se puder ajudar, vou avaliar, diz Alckmin
Durante participação em fórum realizado pela revista Veja nesta segunda, Alckmin disse que, embora nunca tenha passado por sua cabeça ser presidente do partido, o momento exige união. “Nunca me coloquei como pré-candidato, mas se for para ajudar a unir o partido, vamos avaliar”, disse o governador.
Ele lembrou a campanha do senador Aécio Neves à Presidência da República em 2014, quando o mineiro já era presidente da sigla, para dizer que não há incompatibilidade entre as funções.
Alckmin ressaltou que num momento em que todos os partidos mostram fragilidade, o mais importante é pensar em fortalecer o PSDB em torno de um projeto nacional.
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