A Polícia Federal trocou na terça-feira (18) a chefia da escolta da campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL). O delegado Daniel França foi substituído por Antonio Marcos Teixeira, que comandava a divisão de segurança de dignitários da PF.
A mudança ocorre 13 dias após o candidato levar uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
A reportagem apurou que a troca foi motivada pelo atentado. Os procedimentos da equipe de segurança no dia estão sendo examinados pela PF.
Na semana passada, os agentes que escoltavam o político foram chamados a Brasília para depor em um procedimento de “análise pós-evento crítico”, que a PF diz ser uma avaliação do trabalho policial.
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Nesta quarta (19), a Folha de S.Paulo informou que França não estava em Juiz de Fora acompanhando Bolsonaro no dia do atentado e que os agentes da escolta não tinham rádio para se comunicar. Eles improvisaram enviando mensagens num grupo de WhatsApp.
Policiais federais que atuam com escola de autoridades ouvidos pela reportagem disseram, em condição de anonimato, que o ideal seria a comunicação por rádio, que permitiria que ficassem com as mãos livres.
A PF disse, em nota, que o “rádio nem sempre é o meio de comunicação mais indicado em situações de multidão”. A nota não explicou a razão da ausência de França na cidade mineira e afirmou que a função dele era “viabilizar o trabalho de segurança, nem sempre realizada em campo”.
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A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) protocolou um questionamento direcionado ao diretor-geral da PF, Rogério Galloro, sobre os critérios para a escolha dos chefes das equipes responsáveis pela segurança dos candidatos à Presidência.
O documento dizia que “delegados sem nenhuma experiência na função” têm sido convocados para a função, o que seria “um risco”. A PF não se manifestou sobre o documento nem sobre a substituição.
PF deve pedir mais prazo para concluir investigação
A Polícia Federal deve pedir em breve a prorrogação por mais 15 dias do inquérito sobre o atentado a facada contra Jair Bolsonaro (PSL). O candidato à Presidência da República foi golpeado na tarde da quinta-feira (6) por Adélio Bispo, 40 anos, quando fazia campanha no centro de Juiz de Fora, em Minas. Ele foi operado na cidade mineira no mesmo dia e depois transferido para o Hospital Albert Einsten, em São Paulo, onde permanece internado.
Bispo foi preso por agentes da PF e levado para a delegacia, onde confessou o crime. Ele afirmou que agiu por contra própria e “em nome de Deus”. O agressor foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional e pode ser condenado a pena de reclusão pelo período de 3 a 10 anos, podendo ser aumentada em até o dobro.
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O objetivo da prorrogação, segundo fontes ouvidas pela reportagem, é analisar o material angariado ao longo da apuração.
Além dos dados encontrados no computador pessoal, celulares e nos locais por onde Bispo passou, a PF também se debruça sobre as imagens de câmeras de imóveis próximos ao local do crime e da pensão onde ele ficou hospedado.
Os investigadores também analisam as quebras de sigilo autorizadas pela Justiça para mapear qualquer transação financeira suspeita realizada pelo agressor.
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O objetivo da apuração caso a Justiça conceda mais 15 dias é encerrar a apuração sobre a tentativa de homicídio contra Bolsonaro para que Bispo possa ser denunciado. Mas entre os investigadores a expectativa é que a investigação completa sobre o crime não seja encerrada nesse prazo.
Caso essa previsão se confirme, a PF abriria outro inquérito para dar seguimento a investigação sobre a motivação do crime.
Essa nova apuração não representaria uma nova frente de investigação, mas um seguimento do primeiro inquérito para esclarecer a motivação e explicar se Bispo atuou sozinho ou com a ajuda de outras pessoas. Caso essa segunda apuração seja aberta, a expectativa é que ela não seja encerrada durante o período eleitoral.
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