O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) vai apresentar a primeira versão de seu plano de governo no formato de uma carta de princípios, que terá segurança pública como um dos principais pontos. A ideia da equipe do deputado federal é entregar uma versão enxuta do documento. Segundo ele, isso servirá para que o eleitor saiba por meio de quais valores ele governará caso seja eleito.
Bolsonaro diz que planos de governo extensos são peças de ficção, que candidatos apresentam, ninguém lê e nem cumpre. Ele pediu à sua equipe que o documento que deve ser entregue na próxima semana ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja bastante resumido, chegando a brincar que deveria ter apenas duas páginas.
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Na segurança, frequentemente citada pelo deputado em seus discursos, a ideia é defender o endurecimento de pena para crimes graves.
Privatização e corte de ministérios
Outro eixo um pouco mais detalhado são as propostas para a área econômica, para a qual Bolsonaro conta com o aconselhamento do economista Paulo Guedes. Nesse campo, o candidato deve apontar quais estatais pretende privatizar, por exemplo. De acordo com um dos participantes da elaboração do documento, as propostas têm como referência o governo do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan, um dos expoentes do liberalismo.
Sobre a estrutura de governo, Bolsonaro vai listar entre 14 e 15 ministérios que terá caso seja eleito. Ele quer reduzir o quadro dos atuais 29 para cerca de metade. Entre as pastas que devem ser cortadas da atual estrutura da Esplanada estão Segurança Pública e Direitos Humanos.
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Ao contrário do que prometeu em abril, ele não listará antes do início da campanha os nomes de seus ministros. Mas já falou publicamente que indicará Guedes para a Fazenda – que em um eventual governo Bolsonaro vai se chamar Ministério da Economia – e o general reformado do Exército Heleno Augusto para a Defesa.
Bolsa Família, Operação Lava Jato e questões morais
O documento trará ainda propostas para o Bolsa Família, programa de transferência de renda criado no governo do ex-presidente Lula. A campanha ainda discute se o programa manterá o mesmo nome e debate implantar ideias como a do economista liberal Milton Friedman, que propõe que pobres, além de não pagar imposto, recebam um complemento de renda do governo.
O texto deve ainda fazer menções ao combate à corrupção. A ideia de Bolsonaro é se apresentar para o eleitor como o único candidato à Presidência que manterá o funcionamento da Operação Lava Jato.
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A carta de princípios deve ainda ter conteúdo de defesa do direito da família e uma visão conservadora em relação a questões morais. Não devem ainda ser listados programas específicos para as minorias, já que o deputado tem defendido que os direitos são iguais para todos e não é necessário diferenciar propostas.
Plano será protocolado até 15 de agosto
O texto está em fase de revisão final e será protocolado até 15 de agosto, prazo máximo para que os presidenciáveis registrem suas candidaturas na Justiça eleitoral. A equipe do candidato planeja no futuro fazer apresentações detalhadas sobre cada uma das áreas de governo.
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