A Polícia Civil do Rio Grande do Sul continua investigando a agressão contra uma jovem de 19 anos que teve um símbolo semelhante a uma suástica marcado com canivete em sua barriga.
A estudante, que carregava uma mochila com um adesivo da bandeira LGBT e os dizeres “ele não”, foi atacada por três homens na última segunda-feira (8), em Porto Alegre. Ela registrou boletim de ocorrência, prestou depoimento e se submeteu a um exame de corpo de delito, cujo resultado deve sair em até 30 dias. Mas decidiu não representar criminalmente contra os agressores neste momento.
Por lei, ela tem até seis meses para fazer a representação, em caso de lesão corporal. Segundo a advogada Gabriela Souza, o objetivo é preservar a saúde mental e emocional da vítima. “Ela está muito abalada, enfrentando um trauma”, afirmou.
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O delegado Paulo César Jardim, que apura o caso, diz que a investigação prossegue, mesmo sem a representação, porque a polícia investiga “outros crimes” -ele não quis detalhar quais.
Jardim afirma que o símbolo desenhado na barriga da jovem não é uma suástica nazista, mas sim uma suástica budista, em função da posição dos traços, que foram desenhados de forma invertida.
“Não existe suástica ali. Aquele é um símbolo milenar, não só budista, mas de uma série de outras religiões”, declarou o delegado.
Questionado pela reportagem sobre por que agressores desenhariam um símbolo budista, o delegado afirmou: “É isso que nós vamos investigar”.
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Para a defensora da jovem, falta contexto à interpretação do advogado. “Ele não está levando em consideração o contexto de ódio no nosso país”, disse Souza.
A polícia ainda não identificou quem são os agressores.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) renegou no Twitter votos de seguidores que praticam a violência.O candidato à presidente escreveu: “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim”.
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