Dois debates entre presidenciáveis já foram transmitidos pela televisão desde que a campanha eleitoral começou oficialmente. Com mais ou menos destaque, os candidatos Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos), Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota) participaram de ambos. João Amoêdo (Novo), por sua vez, não esteve presente em nenhum deles. E seus admiradores têm questionado os motivos.
A lei eleitoral é clara ao estabelecer quem precisa obrigatoriamente ser convidado a participar de debates. Ela assegura “a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares”. Ou seja, emissoras de rádio e TV só precisam chamar candidatos cujo partido tenha pelo menos cinco cadeiras ocupadas, entre deputados federais e senadores.
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Entres os oito participantes dos dois últimos debates, transmitidos pela Band e pela RedeTV, apenas Marina não atendeu a essa exigência. Mesmo assim ela foi convidada e participou dos debates. É porque a lei reserva aos organizadores, no caso os veículos de comunicação, o direito de chamar também candidatos que não tenham a minoria de congressistas exigida pela lei, caso queiram. Amoêdo pertence ao Novo, legenda recém-criada e que, portanto, ainda não tem representantes no Legislativo. Por isso, nenhuma emissora é legalmente obrigada a chamá-lo para os debates que venha a organizar.
Mas, se ele e Marina estão na mesma situação diante da lei eleitoral, por quê, então, ela foi convidada e ele não? Uma das explicações possíveis é a que a candidata da Rede tem um número significativo de intenções de voto, de acordo com as pesquisas realizadas até agora. Nas duas últimas, divulgadas pelo Ibope* e pelo Datafolha**, ela chegou a ter 12% e 16%, respectivamente, no cenário sem o ex-presidente Lula (PT).
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Amoêdo não tem o mesmo desempenho. Alcançou apenas 1% das intenções de voto na pesquisa do Ibope divulgada na última segunda-feira (20) e 2% na do Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (21). No segundo debate, veiculado pela RedeTV, uma propaganda que o colocava entre os participantes chegou a ser veiculada, mas o convite não foi confirmado. Ele promoveu uma petição online para tentar pressionar a emissora, sem sucesso.
Fui citado hoje na @RedeTV como participante do debate. Ainda não recebi o convite mas estou a postos, aguardando a confirmação ou a retratação da emissora.
— João Amoêdo (@joaoamoedonovo) 17 de agosto de 2018
Assim como ele, outras candidaturas sem representantes suficientes no Congresso e com baixo desempenho nas pesquisas também estão sendo deixadas de lado nos debates. É o caso de Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU) e João Goulart Filho (PPL).
*Metodologia: Pesquisa realizada pelo Ibope de 17/ago a 19/ago/2018 com 2002 entrevistados (Brasil). Contratada por: Rede Globo. Registro no TSE: BR-01665/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%
**Metodologia: Pesquisa realizada pelo Datafolha de 20/ago a 21/ago/2018 com 8.433 eleitores em 313 municípios (Brasil). Contratada por: Folha de São Paulo e Rede Globo. Registro no TSE: BR-04023/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.
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