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Levy Fidelix, do PRTB, vai tentar se eleger presidente pela terceira vez consecutiva: em 2014, recebeu apenas  0,43% dos votos válidos. | Alexandra Martins/Divulgação
Levy Fidelix, do PRTB, vai tentar se eleger presidente pela terceira vez consecutiva: em 2014, recebeu apenas 0,43% dos votos válidos.| Foto: Alexandra Martins/Divulgação

Com mais de 20 nomes, a lista de pré-candidatos à Presidência da República conta com algumas figurinhas repetidas, que a cada ciclo eleitoral ressurgem das cinzas para tentar a sorte nas urnas novamente. Alguns com bordões e propostas mirabolantes que entram no imaginário da população e ganham destaque nas redes sociais. O problema é que, sem expressividade ou força política-partidária, eles nunca figuram entre os favoritos nas bolsas de aposta para vencer as eleições.

Levy Fidelix (PRTB), 65 anos, e José Maria Eymael (PSDC), 78 anos, voltam às urnas neste ano. Para Fidelix, essa vai ser a terceira campanha presidencial – ao todo, já concorreu a 11 eleições. Já Eymael entra na quinta disputa ao cargo. Apesar das insistentes tentativas, eles nem sequer aparecem nas pesquisas de intenção de voto. Na eleição de 2014, Eymael teve 0,06% dos votos válidos, cerca de 61 mil. Fidelix conquistou mais eleitores, com 0,43% das preferências, quase 445 mil. 

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Equipes de psicólogos que trabalham com atletas de alto rendimento buscam estimular foco na vitória, na força pelo pensamento positivo. Mas, para esses medalhões, concorrer está além do gosto por ganhar. Nada de medalhas e troféus, faixas presidenciais ou altos cargos. O foco é a representatividade, que na prática, significa verba para o partido. 

Questionados sobre a insistência, ambos são categóricos em se colocar como alternativas de novas ideias – embora velhos na política. Vice-presidente do PSDC de Eymael, Rubens Pavão destaca o papel constituinte do pré-candidato. “A candidatura sempre foi para mostrar que a democracia cristã está viva e que, mesmo nosso espaço sendo pequeno, utilizamos com toda a energia, para mostrar nossas propostas, nossas ideias”. 

Levy Fidelix segue o mesmo raciocínio de promoção da ideologia do partido. Mas ressalta a questão financeira. Quer ampliar a representatividade nacional e, consequentemente, o acesso ao dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. 

Interesse financeiro ou eleitoral?

Nenhuma das siglas têm deputado federal ou senador em exercício no Congresso. É com base na quantidade de cadeiras ocupadas no Legislativo que esses fundos são divididos. “Até então o que se vê nesses partidos menores é que seus líderes, “donos” das legendas, buscam justificar a existência deles com a exposição na mídia, o que de certa forma os qualifica para embolsarem os fundos, independente de serem competitivos e representarem de fato alguém”, diz o analista político Vitor Oliveira.

O especialista destaca que a cláusula de barreira imposta este ano pode mudar o cenário. O mecanismo torna mais rígidas as regras para divisão dos fundos partidário e eleitoral. 

O professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília Creomar de Sousa, tem uma outra visão, e classifica como importantes essas disputas para a representatividade das siglas nanicas. “Há por parte delas um esforço sincero de trazer pautas que consideram relevantes no momento de eleição presidencial. Não tem tanto a ver com a vitória em si, mas em trazer por um período um tipo de agenda para o debate”. 

Para o professor, é uma “escolha inteligente” que pequenas legendas lancem nomes em disputas nacionais, especialmente para atrair votos para os candidatos aos outros cargos. “Todos os partidos precisam consolidar uma quantidade de votos nacionalmente”. 

No fim das contas, candidatos com essas características sempre existirão. Querem se fazer ouvir no único momento nacional em que possuem certa visibilidade. E claro, aumentar as chances de formar bancadas da Câmara e no Senado, o que representa aumento do caixa dos partidos. 

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