O PT entrou com um pedido de liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (10), para obrigar a Folha de S.Paulo, o SBT e o portal UOL a darem espaço a um representante do partido na série de entrevistas com os pré-candidatos a presidente. Em caso de descumprimento de eventual decisão favorável do TSE, a legenda pede o cancelamento das sabatinas e a imposição de multa de até R$ 25 mil por campanha antecipada.
Na representação encaminhada ao presidente da Corte, o ministro Luiz Fux, o PT se queixa de suposta quebra de isonomia por parte dos veículos de comunicação ao excluírem do evento o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto. O petista está preso em virtude de condenação na Lava Jato.
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“As representadas, portanto, ignoram que a candidatura do ex-Presidente Lula representa, para além de suas ideias e propostas enquanto pessoa, um projeto de governo e gestão do próprio Partido dos Trabalhadores que, por sua vez, possui toda a possibilidade e interesse de enviar um representante de sua candidatura para participar do ciclo de entrevistas promovido”, argumentam os advogados da sigla na representação.
Na terça-feira (8), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, encaminhou às empresas uma carta protestando contra a exclusão de Lula e demonstrando interesse em enviar outra pessoa no lugar. Mas o pedido, diz o PT, foi ignorado.
As sabatinas começaram na última segunda-feira (7), com o senador Alvaro Dias, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo Podemos. Outros cinco presidenciáveis serão entrevistados pelos jornalistas. O critério de escolha foi a colocação na última pesquisa de intenção de voto feita pelo Datafolha, divulgada em 15 de abril. Só os mais bem votados, segundo o levantamento, foram convidados.
A exceção foi justamente Lula, que lidera todas as pesquisas feitas até agora por institutos de opinião – inclusive as do Datafolha. A razão para a exclusão é óbvia: o ex-presidente petista não pode participar da sabatina porque está preso desde 7 de abril, na Polícia Federal, em Curitiba, cumprindo a pena de 12 anos e um mês de prisão a que foi condenado pela Lava Jato no processo do tríplex do Guarujá.
Alvaro Dias só foi convidado por causa da ausência de Lula – o senador aparece em 7º lugar no último Datafolha. Os próximos sabatinados serão Ciro Gomes (PDT), no dia 21 de maio, e Geraldo Alckmin (PSDB), em 23 de maio. Jair Bolsonaro (PSL) ainda não confirmou participação. A sabatina de Marina Silva (Rede), que estava marcada para 11 de maio, foi adiada para uma nova data a pedido da presidenciável.
Na carta de terça-feira, Gleisi disse que o fato de Lula encontra-se “injusta e ilegalmente preso” não exclui o PT do debate eleitoral. “Ao contrário, nenhum outro candidato desperta tanto interesse quanto Lula, que continua liderando as pesquisas mesmo depois da prisão arbitrária”.
A senadora reiterou a disposição do partido de registrar a candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto. “Lula está em pleno gozo de seus direitos políticos e é o candidato do Partido dos Trabalhadores”, disse ela na representação ao TSE.
Metodologia da pesquisa Datafolha
A pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha foi feita entre os dias 11 e 13 de abril. Foram entrevistados 4.194 brasileiros com 16 anos ou mais em 227 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-08510/2018 e foi encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo.
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