João Amoêdo: “Nós acreditamos que, na verdade, o indivíduo é o grande criador de riquezas. E não há ninguém melhor do que ele próprio para cuidar da sua vida”.| Foto: Reprodução

Assunto considerado tabu nas últimas eleições presidenciais, a privatização de estatais voltou a ser defendida por vários pré-candidatos ao Palácio do Planalto após a Lava Jato ter revelado o gigantesco esquema de corrupção que havia na Petrobras. Mas, ao menos por enquanto, apenas um concorrente defende que todas as empresas públicas federais sejam vendidas: João Amoêdo, do Partido Novo.

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“Nós [do Novo] achamos que o Estado não tem de ter nenhuma empresa”, disse Amoêdo em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. “Somos favoráveis à privatização do Banco do Brasil, da Caixa, da Petrobras. (...) Não teríamos nenhum problema com a privatização dessas empresas consideradas ícones. (...) Houve doutrinação de que essas estatais eram estratégicas. Elas são estratégicas para os políticos, que usam essas empresas para se perpetuar no poder.”

Assista à entrevista com João Amoêdo na íntegra

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Na entrevista, transmitida ao vivo na manhã desta quarta-feira (29) pelos canais da Gazeta do Povo no Facebook e no YouTube, Amoêdo também falou como uma política liberal pode ser vantajosa para a melhoria dos programas sociais do governo. E revelou qual é a posição do Novo sobre assuntos polêmicos como o Estatuto do Desarmamento, casamento homoafetivo, descriminalização das drogas e aborto.

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O tamanho do Estado é o causador dos principais problemas do Brasil

Partido registrado na Justiça Eleitoral em 2015, o Novo se autodefine como uma legenda genuinamente liberal – corrente de pensamento de direita que defende a primazia do cidadão sobre o Estado. “Nós acreditamos que, na verdade, o indivíduo é o grande criador de riquezas. E não há ninguém melhor do que ele próprio para cuidar da sua vida”, afirmou João Amoêdo.

O pré-candidato disse entender que os grandes problemas que o Brasil enfrenta para se desenvolver têm a ver com o tamanho do Estado e o intervencionismo governamental na economia e na vida das pessoas.

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A lógica é a seguinte: a máquina pública brasileira é muito grande e ineficiente; e para ser custeada absorve a riqueza produzida pelo país. Isso porque o rombo nas contas públicas tem de ser coberto pelo aumento de impostos ou pela emissão de títulos públicos que, para serem comprados por investidores, pagam juros altos. E os juros altos prejudicam os mais pobres, porque concentram a riqueza nas mãos dos investidores. Além disso, dificultam o empreendedorismo, já que os empréstimos para financiar a produção privada ficam caros.

Segundo Amoêdo, diante desse diagnóstico, a redução do papel do Estado – por meio de medidas como as privatizações e o corte de privilégios do poder público – é necessária para que as contas sejam equilibradas e o governo tenha mais recursos para investir no que realmente deve ser o papel estatal, sobretudo segurança e educação. Nesse sentido, uma política liberal seria mais efetiva para garantir os investimentos sociais.

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Amoêdo ainda falou sobre a posição do Novo sobre vários assuntos polêmicos. Disse que o partido é contrário ao Estatuto do Desarmamento porque acredita que o cidadão deve ter liberdade com responsabilidade. A sigla também é favorável ao casamento de pessoas do mesmo sexo.

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Mas o Novo não fechou questão em assuntos como a descriminalização das drogas e a ampliação dos casos em que o aborto é permitido legalmente. Segundo Amoêdo, seguindo o espírito liberal, cada candidato do partido terá a liberdade de decidir se é a favor ou contra essas propostas.

Pessoalmente, o pré-candidato a presidente disse ser favorável à manutenção da atual lei sobre aborto (que permite a interrupção da gravidez nos casos de estupro e de risco de morte da gestante) e também da legislação sobre entorpecentes.