O primeiro turno das eleições 2018 é apenas no dia 7 de outubro, mas os partidos já definem seus candidatos a presidente. As chapas precisam ser formalizadas e entregues à Justiça Eleitoral até 15 de agosto, data final para registro das candidaturas.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) receberá o requerimento para os cargos de presidente e vice-presidente. Já os Tribunais Regionais Eleitorais (TRES) recebem as candidaturas para governador e vice-governador, senador e suplentes, deputado federal e deputado estadual ou distrital.
Cientes do prazo, os políticos correm para realizar suas convenções partidárias e anunciar os presidenciáveis e coligações até 5 de agosto. Fique por dentro das candidaturas anunciadas até agora.
Candidatos a presidente 2018: definidos em convenções
Senador pelo Paraná e pré-candidato pelo Podemos, Alvaro Dias teve sua candidatura referendada pelo partido em convenção nacional em Curitiba dia 4 de agosto. Ele terá como vice o economista Paulo Rabello de Castro (PSC), que desistiu de concorrer ao cargo.
Dias foi governador do Paraná de 1987 a 1991 e, quando ainda estava no PMDB, tentou ser candidato a presidente em 1989, mas foi preterido pela candidatura de Ulysses Guimarães. Dias já foi eleito senador do estado do Paraná por cinco vezes, nos anos de 1983, 1998, 2006 e 2014.
O deputado federal Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos (RJ), mais conhecido como Cabo Daciolo, foi formalizado em convenção do Patriota em convenção dia 4 de agosto. Ele é a alternativa encontrada pelo partido para substituir o sonho de colocar Jair Bolsonaro na disputa.
Evangélico, Daciolo costuma citar a Bíblia em suas aparições no plenário. O deputado foi um dos líderes da greve dos bombeiros de 2011 no Rio de Janeiro, quando a corporação foi ocupada e os manifestantes acamparam na escadaria da Assembleia Legislativa estadual.
Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes foi o primeiro a ser confirmado na disputa eleitoral, mas ainda não tem vice definido.
Ciro Gomes já disputou a presidência duas vezes, em 1998 e 2002. Atualmente, é vice-presidente do Partido Democrático Trabalhista. Já foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, na transição dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Entre janeiro de 2003 e março de 2006, ocupou o Ministério da Integração Nacional durante o governo Lula.
Também em cargos executivos, já foi governador do Ceará (1991-1994) e prefeito de Fortaleza (1989-1990). No Legislativo, foi deputado estadual e federal pelo Ceará.
O PSDB formalizou dia 4 de agosto a candidatura a presidente de Geraldo Alckmin . A vice também foi anunciada e participou da convenção: será a senadora gaúcha Ana Amélia (PP).
O projeto político do tucano já conta com apoio de outros partidos, como PPS e PTB. Ele também conquistou o apoio do bloco conhecido como Centrão, formado por DEM, PR, PRB, SD e PP.
Último governador de São Paulo, sendo reeleito em 2014, Alckmin ocupa também a presidência do PSDB nacional. Já foi deputado estadual e federal pelo estado paulista e, mais jovem, prefeito da cidade de Pindamonhangaba, de 1973 a 1977.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) confirmou a candidatura de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O candidato da esquerda formalizou a vice Sônia Guajajara, líder indígena. Ele terá o apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Boulos é o candidato mais jovem entre os presidenciáveis. Com apenas 35 anos, é filósofo, psicanalista, professor e escritor. Quando jovem participou de movimentos da esquerda, como a União da Juventude Comunista (UJC). Filho de médicos professores da Universidade de São Paulo (USP), o candidato não tem experiência em mandatos eletivos nem no Legislativo nem no Executivo.
Um dos principais nomes do governo Michel Temer, Henrique Meirelles foi formalmente anunciado como candidato a presidente pelo MDB no dia 2 de agosto. O partido ainda não tem a definição de um vice, mas um dos nomes mais cotados é o da senadora Marta Suplicy (SP).
Ministro da Fazenda de Temer e presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles aposta em sua experiência tanto no executivo quanto na iniciativa privada, quando foi presidente do Bank Boston. Engenheiro de formação, o presidenciável tem ainda um diploma da Universidade de Harvard, onde cursou o Advanced Management Program (AMP).
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Candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro é deputado federal pelo Rio de Janeiro. Capitão da reserva do Exército, ele vem causando polêmica pelas suas convicções. Defende a ditadura militar, iniciada em 1964, e que muitos militares chamam de Regime Civil-Militar. O candidato diz que pretende fazer do Brasil uma economia liberal.
Bolsonaro confirmou no domingo, 5 de agosto, o nome do general da reserva Hamilton Mourão, do PRTB, para seu vice.
Um dos coadjuvantes da disputa, mas que vem ganhando apoio da chamada direita, João Amoêdo é defensor do estado mínimo. Ele diz que, se eleito, buscará a privatização de todas as estatais. O vice de Amoêdo será do próprio partido Novo: Christian Lohbauer, cientista político pela USP, ex-executivo da Bayer. A chapa foi oficializada em 4 de agosto.
O candidato chegou a ser publicamente recomendado por Janaina Paschoal para ser vice na chapa de Bolsonaro, mas imediatamente recusou a oferta. Formado em Engenharia Civil e em Administração de Empresas, João Amoêdo foi um dos fundadores do partido Novo. Ele fez carreira executiva no setor financeiro.
O PPL lançou, em convenção realizada em 5 de agosto, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, deposto pela ditadura militar em 1964, como candidato à presidência. O companheiro de chapa é Léo Alves, advogado e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB).
João Vicente é filósofo e tem dedicado a vida à memória do pai – é presidente do instituto que leva o nome de Jango e escreveu um livro sobre a vida no exílio do ex-presidente. Exerceu apenas um mandato eleitoral, como deputado estadual pelo PDT do Rio Grande do Sul, em 1982.
Também associa ao pai a plataforma de sua candidatura e fala em relançar as “reformas de base”, conjunto de medidas consideradas “socializantes” propostas por Jango nos anos 1960. O partido de João Vicente tem origem no antigo MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), grupo que defendeu a luta armada logo após a ditadura, mas que, a partir dos anos 1980, virou braço auxiliar do MDB, e depois do PMDB.
Eymael está de volta à disputa da presidência. Ele teve candidatura confirmada pelo partido Democrata Cristão (DC), antigo Partido Social Democrata Cristão (PSDC). Ele terá ao seu lado o pastor da Assembleia de Deus Helvio Costa, como vice.
Eymael tem mais experiência em concorrer à presidência do que como político eleito. Foi deputado federal por São Paulo duas vezes (em 1987 e 1994) e disputou o cargo de presidente em 1998, 2006, 2010, 2014 e agora em 2018. É conhecido pelo famoso jingle popular “Ey Ey Eymael, um democrata cristão”.
O PT insiste na candidatura do ex-presidente Lula, atualmente preso em Curitiba. Ele foi aclamado em convenção em 4 de agosto. O partido tem como plano, caso a candidatura não seja viabilizada, lançar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ou Jaques Wagner, ex-governador da Bahia.
O ex-presidente tem apoio de massas populares e pelo histórico de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Além de ter sido presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980.
Atualmente cumpre pena por condenação no processo do tríplex do Guarujá em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Sentenciado por um tribunal colegiado, ele deve ser impedido de se candidatar com base na Lei da Ficha Limpa.
‘Nome carimbado’ no cenário nacional desde que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, no primeiro mandato, Marina Silva foi formalizada candidata pela Rede em convenção dia 4 de agosto. O Partido Verde (PV) fez coligação e indicou o vice de Marina Silva nas eleições 2018: Eduardo Jorge.
Marina Silva já foi senadora pelo Acre por três vezes, eleita em 1994, 2002 e 2008. Ex-petista, migrou para o Partido Verde (PV) em 2009, quando concorreu pela primeira vez à presidência em 2010 e ficou em 3º lugar. Em 2014 disputou o Planalto pelo PSB e também ficou na terceira colocação.
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) formalizou a candidatura da sindicalista Vera Lúcia à presidência. Na chapa, o vice será Hertz Dias, professor do Maranhão e também partidário.
As propostas de esquerda incluem a expropriação de cem empresas. Em sua história, Vera Lúcia foi expulsa do PT em 1992 e foi uma das fundadoras do PSTU em 1994. Formada em Ciências Sociais, disputa a presidência pela primeira vez após perder a disputa para a prefeitura de Aracaju (SE) em 2016.
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