O presidenciável Fernando Haddad (PT) levou algumas das políticas mais polêmicas desenvolvidas por ele quando prefeito da capital paulista para seu plano de governo nacional. Estão lá propostas como redução da velocidade nos centros urbanos, expansão de ciclovias, combate ao uso de drogas com programas de redução de danos – e não de repressão – e expansão do programa Transcidadania, que dá bolsa de estudos a travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade. O petista não se reelegeu prefeito em 2016, perdendo para o tucano João Doria em primeiro turno.
O programa do governo do petista cita que, num eventual governo seu, será “promovido o transporte não motorizado, com a expansão de ciclovias e calçadas”, e “desenvolvidas políticas para redução drástica dos acidentes e mortes no trânsito, com ações permanentes nas escolas, melhorias na formação de condutores e redução de velocidade nos centros urbanos”.
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Reverter a redução das velocidades nas Marginais do Pinheiros e do Tietê foi uma das principais bandeiras de campanha de Doria, que cumpriu a promessa logo no primeiro mês de gestão. Parte da população reprovou também a decisão de Haddad de priorizar o transporte não motorizado. O petista implementou 317 km de ciclovias – o modelo de implementação dessas rotas exclusivas e das faixas para ônibus foi questionado
Segurança e combate às drogas
Na área da segurança e do combate às drogas, Haddad lista de forma discreta sua posição favorável a políticas de redução de danos.
“É preciso incentivar a abordagem científica e atualizada à luz dos protocolos reconhecidos internacionalmente como mais avançados e eficazes, fortalecer a rede de atenção psicossocial, permitir políticas de redução de danos e atuar com sensibilidade para abordar de diferentes e flexíveis formas a prevenção em relação a grupos sociais distintos”, diz o plano de governo petista.
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Em 2014, Haddad lançou o “De Braços Abertos”, programa que incentivava o dependente a diminuir o uso da droga, sem internação e com oferta de emprego, moradia e renda. Criticado pela oposição – que o chamava “bolsa crack” –, o projeto levou usuários a reduzir o consumo em 88%, segundo a Prefeitura. Doria acabou com o plano quando foi eleito.
Para o cientista político Carlos Melo, do Insper, as políticas citadas se tornam controvertidas porque tratam de mudanças culturais. “Quando se mexe com o comportamento das pessoas, a tendência é que haja resistência. Isso é cultural”, diz.
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