O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, participou de sabatina com presidenciáveis realizado pelo Estadão e pela Faap neste terça-feira (4). Durante a entrevista, falou sobre reforma agrária, Operação Lava Jato e fez críticas aos adversários ao Planalto.
Sobre a Lava Jato, Ciro Gomes disse que a operação é um momento importante da vida brasileira, mas ela “pode ser um sinal de que a impunidade não é mais um prêmio para todos os bandidos de colarinho branco”. “Estão presos Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, o Palocci. O que procuro ser é isento. Sendo isento, acho que ela comete alguns erros: não é sadio que autoridades policiais, do Ministério Público e do Judiciário vivam falando com a imprensa de gravatinha borboleta em homenagens, reuniões, destruindo reputações antes da formação da culpa.”
Ao ser questionado sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou a candidatura de Lula, disse que a regra é clara: “qualquer cidadão condenado em segunda instância não pode participar das eleições”. Ele ressaltou, porém, que a sentença que condenou Lula no caso triplex é “frágil”. “No direito penal vigente no Brasil, só vale o que está escrito. Não há na sentença de Sérgio Moro nenhuma prova que identifique o Lula como culpado de corrupção passiva.”
Outro tema abordado durante a sabatina foi reforma agrária. O candidato defendeu uma reforma, em moldes diferentes. “Em um associativismo de pequenos a um grande canal de comercialização. No Ceará, temos aptidão grande para agricultura irrigada, mas exige capital, densidade tecnológica, certificação fitossanitária... Todo o capital que o pequeno não tem. Então, fizemos um acordo de uma grande trading com pequenos. O papel dela é fornecer a tecnologia e fazer o contrato antecipado de compra. Garantindo a compra, o prejuízo não existe. Isso pretendo fazer.”
Críticas
Conhecido por ter uma língua afiada, Ciro voltou a fazer críticas aos adversários durante a sabatina. Ele disse que acredita que a intenção de voto em Jair Bolsonaro (PSL) é temporária. “É uma espécie de pit stop dos eleitores. A elite está produzindo este fenômeno. Há uma justa repulsa da sociedade ao status quo. Não à toa, Bolsonaro lidera entre ricos, brancos e machos, ou melhor, homens. É o lado mais truculento da sociedade.”
O pedetista disse ainda acreditar que os eleitores não vão eleger Bolsonaro presidente. “O Brasil não vai cometer este suicídio coletivo”, afirmou.
O candidato se colocou ainda como uma opção antipolarização. “Quero unir o Brasil contra esta coisa odienta de coxinhas contra mortadelas”, disse. Posteriormente, o candidato reconheceu ser um candidato de centro-esquerda. “Na confrontação direta, odienta, estou do lado dos mortadelas.”
Além de criticar Bolsonaro, Ciro atacou os adversários favoráveis ao Teto dos Gastos, instituído pela Emenda Constitucional (EC) 95. “O Brasil, com apoio do Meirelles, do Alckmin, do Alvaro Dias, votou a emenda 95, que proíbe investimentos em educação, saúde, segurança, ciência, tecnologia, cultura, moradia, estrada, porto, aeroporto, ferrovia e tudo o mais que imaginarem, por 20 anos, salvo o nominal do ano passado mais os 3% da inflação.”
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