Depois de passar o primeiro turno liderando o índice de rejeição em pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro (PSL) não é mais o candidato com a maior reprovação entre o eleitorado. A primeira pesquisa Ibope* divulgada neste segundo turno mostra que Fernando Haddad, candidato do PT, é o mais rejeitado: 47% não o escolheriam em nenhuma hipótese. No caso do capitão da reserva, o percentual é de 35%.
Para chegar a taxa de rejeição de um candidato, o Ibope pergunta a todo o universo de entrevistados: “Agora, para cada um dos candidatos a Presidente da República que eu citar, gostaria que o(a) sr(a) me dissesse qual destas frases melhor descreve a sua opinião sobre ele”. Uma das opções é: “Não votaria nele de jeito nenhum para presidente da República”.
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Nas pesquisas de primeiro turno do Ibope, Bolsonaro era sempre apontado como o que tinha o maior índice de rejeição. No último levantamento** divulgado antes da eleição, em 6 de outubro, a rejeição da Bolsonaro era a maior entre os 13 candidatos: 43%. Em segundo lugar, vinha Haddad, com 36%.
Qual candidato representa melhor os interesses de cada setor
A primeira pesquisa do Ibope do segundo turno também mediu qual candidato representa melhor os interesses de uma série de setores, na visão do próprio eleitorado. Para isso, questionou: “Qual destes candidatos a Presidente da República, na sua opinião, melhor representa os interesses de cada um desses setores da sociedade que vou citar”. A pergunta foi feita a todo o universo de entrevistados.
Em relação aos ricos, 65% responderam que Bolsonaro representa melhor, contra 22% de Haddad. Entre os eleitores que ganham mais de cinco salários mínimos, o presidenciável do PSL é visto por 70% como o melhor representante dos mais ricos.
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Já o candidato do PT lidera como defensor dos interesses dos eleitores de menor poder aquisitivo, com 48% a 37% de Bolsonaro. No segmento com até um salário mínimo de renda, o porcentual atribuído a Haddad chega a 62%.
O Ibope avaliou ainda a imagem dos candidatos como defensores dos seguintes temas: agricultura (42% Bolsonaro ante 40% de Haddad), defesa do meio ambiente (40% Bolsonaro e 39% para Haddad), aposentados (39% para Bolsonaro, 44% para Haddad) e jovens (46% Bolsonaro, ante 39% de Haddad).
Essas diferenças de imagem também se manifestam em relação à defesa dos empresários, dos bancos e dos trabalhadores. De acordo com o Ibope, Bolsonaro é considerado pela maioria um defensor dos interesses do empresariado (65%) e dos bancos (54%), enquanto seu rival é mais relacionado a pautas dos trabalhadores (47%).
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Metodologias
*Na primeira pesquisa do segundo turno para presidente, divulgada em 15 de outubro, o Ibope ouviu 2.506 eleitores nos dias 13 e 14 de outubro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo Nº BR-01112/2018. Os contratantes foram o jornal O Estado de S. Paulo e a TV Globo.
** Na última pesquisa para presidente do segundo turno, divulgada em 6 de outubro, o Ibope ouviu 3.010 eleitores entre os dias 4 e 6 de outubro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo Nº BR-01537/2018. Os contratantes foram o Estado e a TV Globo.