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 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) deve ser o candidato a vice-presidente na chapa do capitão da reserva e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). “Tudo caminha nesta direção”, disse à Gazeta do Povo o coordenador da campanha de Bolsonaro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Lorenzoni destacou, no entanto, que a escolha ainda será confirmada e que o martelo não foi batido por Bolsonaro. O anúncio oficial é esperado para as próximas horas.

O PRTB divulgou que Mourão será o vice na chapa de Bolsonaro, mas seu nome ainda tem de ser confirmado na convenção do partido, na tarde deste domingo (5).

Conhecido nacionalmente por ter defendido uma intervenção militar como remédio para a crise política e pelas críticas ao governo Temer, o general corria por fora na disputa pela vice. Desde a tarde de sábado (4), quando Janaína Paschoal (PSL) recusou o convite, Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL), descendente do imperador Dom Pedro II, era citado como favorito para a indicação. O próprio Bolsonaro havia dito, em entrevista à Globonews na sexta-feira (3), que sua escolha seria entre Janaína e Luiz Philippe.

Luiz Philippe, no entanto, deve ser o ministro de Relações Exteriores caso Bolsonaro seja eleito. O anúncio foi feito pelo próprio Bolsonaro durante a convenção do PSL paulista, neste domingo, de acordo com a assessoria de imprensa do descendente da família real.

Uma busca cheia de reviravoltas

Bolsonaro teve muita dificuldade para encontrar um vice e já teve de dar passos atrás nesse processo. Primeiro, perdeu seu preferido, o senador e pastor evangélico Magno Malta (PR-ES), que agregaria tempo de tevê no horário eleitoral mas preferiu se dedicar à reeleição ao Senado. Depois, Bolsonaro chegou a anunciar o general Augusto Heleno (PRP) para vice, mas horas depois o PRP vetou a aliança.

Neste domingo de manhã, apoiadores de Bolsonaro se dividiam nas redes sociais, uns defendendo a indicação do “príncipe” e outros, a do general. De ambos os lados, vinham afirmações de que estava “confirmada” a escolha de um e outro.

Na animada convenção paulista do PSL, que tinha até batucada de escola de samba, o clima era favorável a Luiz Philippe, que é filiado ao partido. Os filiados não escondiam a preferência por ele e, gritando seu nome, mal deixavam o cerimonialista falar.

No entanto, teria prevalecido a opção pelo general. Uma falha nos microfones interrompeu o discurso de Bolsonaro durante a convenção. Depois que os equipamentos pararam de funcionar, ele e o deputado Major Olímpio, presidente do diretório estadual do partido, deixaram a convenção.

Bolsonaro chegou a declarar, quando sua fala estava quase inaudível, que o vice de sua chapa será anunciado na convenção do PRTB, com a presença do presidente do partido, Levy Fidelix, e do general Mourão. Perguntado pelo jornal “O Estado de São Paulo” se Hamilton seria anunciado vice, Olímpio respondeu que “pode ser”.

Como Mourão é do PRTB, agregaria algum tempo de televisão a Bolsonaro, que até então, contava com apenas 8 segundos no horário eleitoral gratuito. Se o escolhido fosse o “príncipe” Luiz Philippe, que também é do PSL, Bolsonaro não ganharia segundos a mais.

O PRTB já tinha candidato à presidência, Levy Fidelix, mas o próprio sinalizava abrir mão da disputa em favor de uma aliança ou mesmo de uma candidatura à presidência do próprio Mourão.

Mourão se despediu do Exército em fevereiro, chamando de herói o coronel Carlos Brilhante Ustra (1932-2015) – acusado de inúmeros crimes, como tortura, pela Comissão Nacional da Verdade –, e criticando a intervenção federal no Rio de Janeiro.

Na ocasião, o general afirmou que não seria candidato a cargo eleitoral, apenas à presidência do Clube Militar, e prometeu ajudar Jair Bolsonaro na campanha. “Se tiver que subir no palanque, eu subo”, prometeu.

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