Casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, se transformou em um gabinete de despacho presidencial antecipado. Na foto, Bolsonaro em meio a jornalistas| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A casa do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), no Rio de Janeiro, se transformou em um gabinete de despacho presidencial antecipado. O clima de "já ganhou" tomou conta da campanha e o presidenciável recebe uma romaria de pessoas em sua casa. De parlamentares eleitos a não eleitos, de produtores rurais a religiosos, de prefeitos a empresários.

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Todos esses setores e segmentos levam para o capitão da reserva mensagens de apoio e reivindicações. Nesta semana, por exemplo, Bolsonaro recebeu parlamentares das bancadas da bala e evangélica, que já tinham declarado apoia a ele. Todos se confraternizam com o candidato e o parabenizam pela vitória. Eles fizeram vídeos e "lives" (transmissões ao vivo via redes sociais) do encontro.

Encontro com parlamentares

Entre os parlamentares, passam por ali quem se reelegeu e alguns derrotados nas urnas, que ficarão sem mandato a partir de 2019.

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Alguns dos derrotados, porém, saem dos encontros com promessas de cargos, casos de Alberto Fraga (DEM-DF) – que disputou e perdeu o governo do Distrito Federal – e do veterano Pauderney Avelino (DEM-AM), que depois de seis mandatos consecutivos como deputado federal não se reelegeu para o sétimo. Para Fraga, Bolsonaro prometeu a coordenação da bancada da bala no Palácio do Planalto. E Pauderney ouviu a promessa de que será aproveitado na eventual administração de um governo Bolsonaro.

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Entre os não reeleitos, a reportagem identificou ao menos oito deputados. Até um ex-ministro do Trabalho de Michel Temer: Ronaldo Nogueira (PTB-RS). Nesse grupo de derrotados estão ainda Leonardo Quintão (MDB-MG), o delegado Edson Moreira (PR-MG), Takayama (PSC-PR) e Carlos Manato (PSL-ES), que é muito próximo de Bolsonaro e que deve ocupar algum cargo no governo.

Laudivio Carvalho (Pode-MG), também não reeleito, gravou vídeo entusiasta ao lado do presidenciável e concordou que ele agora é um pouco mineiro por ter "renascido" em Minas Gerais, após a facada que levou durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). 

Comitiva de prefeitos

Um grupo de prefeitos de vários estados também foi até Bolsonaro, capitaneados por Onyx Lorenzoni, anunciado como possível chefe da Casa Civil. Eles levaram um manifesto que teria o apoio de 3.689 prefeitos do país. Foi lida uma mensagem a favor de Bolsonaro. Um dos presentes, o deputado eleito Juarez Lima chorou ao lembrar a morte de seu filho de 16 anos, vítima de homicídio. Ele pediu ao candidato trabalhar pela redução da maioridade penal. 

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DESEJOS PARA O BRASIL: Paz social, sem o abandono dos mais necessitados

"Quando estava hospitalizado me emocionava também imaginando que minha filha poderia ficar órfã. O negócio é tirar esse pessoal do convívio. Se não fizer besteira não vai para a cadeia. Agora, terá que pensar muito antes de fazer uma maldade. Se for pego não vai sair tão cedo de lá (da cadeia)", disse Bolsonaro, abraçado a Juarez, após chorar com a história contada pelo deputado.

A vez dos produtores rurais

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, cotado para ser ministro da Agricultura, levou um grupo de 40 produtores rurais até a casa de Bolsonaro. Também fizeram fotos e transmissões ao vivo.

Eles foram levar reivindicações do setor. Os ruralistas não concordam com a fusão do Ministério da Agricultura com a pasta do Meio Ambiente. No dia seguinte, na quarta-feira (24), Bolsonaro anunciou que essa fusão está em estudo e pode não ocorrer. 

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Provável ministro da Saúde

Quem esteve também com Bolsonaro recentemente foi o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que não tentou a reeleição, e já teve seu nome citado pelo presidenciável como um provável ministro da Saúde. Se não for ministro, Mandetta, que é médico, deve ocupar uma secretaria nessa pasta. 

Bolsonaro diz que eleições serão definidas só no domingo

Nesta sexta-feira (26), Bolsonaro escreveu em seu perfil no Twitter que as eleições serão definidas só no domingo (28) e classificou de ‘oportunistas’ os que se apresentam como seus ministros. “As eleições só serão definidas no domingo. Além dos 3 nomes mencionados (Onix, Heleno e Guedes), outros serão anunciados. Com intuito de se promover ou nos desgastar, oportunistas se anunciam ministros. Estes, de antemão, já podem se considerar fora de qualquer possível governo.”

Até o momento, oficialmente, Bolsonaro só anunciou três possíveis ministros: Onyx Lorenzoni, para Casa Civil, cuja grafia correta é com ‘y’; general Augusto Heleno, para a Defesa; e o economista Paulo Guedes, para o superministério da Economia, que vai aglutinar as pastas hoje da Fazenda e Planejamento.