Reunidos na tarde desta quarta (31) no Rio de Janeiro com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), líderes do setor agropecuário defenderam a nomeação do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) para assumir o comando do novo Ministério da Agricultura e Meio Ambiente.
Quem fará essa indicação em nome dos produtores rurais será o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia, amigo do presidente eleito e seu principal conselheiro para o setor agropecuário.
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Goergen agrada os produtores porque tem histórico de atuação tanto na pasta da Agricultura como na defesa do setor no Congresso por meio da bancada ruralista. Ele foi assessor de Pratini de Moraes na Agricultura (1999-2003).
O deputado confirmou a movimentação, mas preferiu não comentar temas da pasta neste momento.
Bolsonaro não bateu martelo sobre fusão de Agricultura e Meio Ambiente, diz Onyx
- Brasília
Estadão Conteúdo
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira, 31, que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda não definiu se vai unir em uma só pasta os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. O anúncio da fusão causou protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança.
“O presidente ainda não bateu o martelo”, afirmou Onyx. “Ele está analisando mais de um desenho de organização de ministérios. O que tem é o conceito: de 29 pastas vai cair para 14, 15 ou 16. Eu vou levar uma série de informações a ele na sexta-feira e, na próxima terça, ele vai anunciar a estrutura ministerial.”
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, também já se mostrou contrário à fusão dos dois ministérios e chegou a dizer que a proposta seria revista. Depois disso, no entanto, integrantes da equipe de Bolsonaro haviam confirmado a união. “Não posso defender com a mesma ênfase como defendia antes, porque a gente precisa ouvir mais segmentos”, afirmou Garcia.
Onyx deu as declarações após se reunir com o senador Ronaldo Caiado (DEM), governador eleito de Goiás. Nos bastidores, até aliados de Bolsonaro têm afirmado que a junção de Agricultura com Meio Ambiente seria “nitroglicerina pura”.
A nova configuração da Esplanada não foi antecipada pelo futuro ministro, sob o argumento de que há várias propostas sendo avaliadas. Questionado sobre quais ministérios ficariam sob o guarda-chuva de Infraestrutura, ele disse apenas que “há dois modelos em estudo”.
Mais cedo, em reunião no Palácio do Planalto com o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, Onyx entregou uma lista com 22 nomes que vão compor a equipe de transição do governo Bolsonaro. O presidente eleito pode contar com até 50 assessores na transição. “Agora, começamos uma nova fase, que é de falar pouco e trabalhar muito para apresentar resultado”, disse ele, esquivando-se de responder mais perguntas.