| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A advogada e professora universitária Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, descartou a hipótese de concorrer ao governo de São Paulo nas eleições deste ano. “Não vou me aventurar”, disse, via Twitter. Ela foi convidada para encabeçar a chapa a governador pelo PSL de Jair Bolsonaro, partido ao qual ingressou antes do fim da janela de filiações, em abril.

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Em uma série de 22 tuítes publicados no sábado (12), Janaina justificou a decisão de não se candidatar. “Fiquei muito honrada com o fato de meu nome ter sido cogitado para concorrer ao governo do Estado de São Paulo. Eu amo São Paulo, que recebe todo o Brasil. Confesso que essa ideia me balançou muito. Sei que parece loucura, mas balançou”, escreveu.

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“Mas uma campanha ao Governo de São Paulo é algo gigantesco. Por incrível que pareça, eu me sinto capaz de exercer o cargo (que não é algo simples), mas não tenho condições de enfrentar uma tal campanha. Ainda que um pouco triste comigo mesma, eu não vou me aventurar.”

A advogada deixou em aberto a possibilidade de concorrer a algum outro cargo eletivo, mas disse que é “mais provável que não”. “Tenho até agosto para decidir, mas penso que posso ajudar meu país, mesmo estando fora da política”, afirmou ela, que aproveitou para criticar a exigência legal de estar filiado a um partido para se candidatar. “Esse sistema de a pessoa precisar se filiar para, eventualmente, se candidatar a algum cargo político é muito ruim.”

“Sem desmerecer os partidos, depois desse curso intensivo, eu sou ainda mais favorável às candidaturas avulsas. As pessoas se voluntariam, livremente, e o povo decide (...). “Entendo que seria um avanço, em termos de Democracia, o STF autorizar essas candidaturas avulsas.”, escreveu ela, que disse ter sido sondada por várias legendas.

Namoro antigo

A escolha pelo PSL se deu pela afinidade de pensamento, segundo ela. “Muitas pessoas já ligadas à sigla me recomendaram. Com exceção de um ou outro ponto, o estatuto do partido confere com o que eu penso. Não há notícias de escândalos de corrupção envolvendo a sigla, ou seus membros.”

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Em novembro do ano passado, Janaina usou sua conta do Twitter para dizer que Bolsonaro é o único pré-candidato que parece sensível aos problemas de segurança pública. Em suas postagens no microblog, escreveu que “Bolsonaro parece perceber que a violência está diretamente relacionada à corrupção. Salvo melhor juízo, ele não mostrou condescendência relativamente a nenhum dos envolvidos nos últimos escândalos”.

Ao discordar de analistas políticos que classificam o deputado federal como “fenômeno”, a advogada escreveu que os aqueles que o enxergam desse modo “não entendem nada de voto, ou não entendem nada de gente”. “Dadas as opções e a realidade posta, Bolsonaro é o voto que revela maior racionalidade”.

Ainda por seu blog à época, porém, não afirmou que suas postagens configuravam apoio à candidatura do parlamentar. Disse que estava conversando com diversos partidos e que, naquele momento, estava apenas “tornando público o que venho falando particularmente. Antes da Economia, as pessoas se preocupam com vidas”.