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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil-Brasília

O nome da advogada Janaina Paschoal, que ganhou fama ao apresentar, em 2016, pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, aparece como uma das opções para a chapa do pré-candidato à presidência da República pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro. Segundo o presidente da regional paulista do partido, o deputado federal Major Olímpio, as partes já iniciaram as tratativas para ter a advogada ou o produtor rural Frederico D’Ávila como candidato ao governo do estado de São Paulo.

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A informação foi publicada inicialmente na edição do último domingo (6) pelo jornal Folha de S.Paulo.

“Estamos em conversa, sem dúvida”, afirmou o parlamentar. “A Janaína se filiou [ao partido] quase no final do processo de filiação”, explicou. Segundo Major Olímpio, a advogada pediu o mês de março para se defender de processos que viria sofrendo por parte de petistas e de apoiadores do partido do ex-presidente Lula, abertos contra ela em diversas regiões do Brasil. “Ela me falou, major, vamos deixar maio e em junho voltamos à carga para conversar sobre possibilidades políticas”.

Já a direção nacional do PSL negou, por meio de sua assessoria de imprensa, conversas com Janaína ou qualquer outro nome para a composição da chapa e a definição dos pré-candidatos ao governo do estado de São Paulo, e que ainda há tempo para que candidatos aos executivos estaduais sejam definidos. Ela não retornou aos pedidos da reportagem para confirmar a informação.

Figuras de destaque no impeachment de Dilma

Se confirmada a escolha de Janaína como pré-candidata pelo PSL, Bolsonaro terá ao seu lado uma das principais vozes a favor do impeachment de Dilma Rousseff e combatente feroz do modelo de política petista.

O deputado confirmou ainda a sua pré-candidatura ao senado pelo partido, assim como a da jornalista Joice Hasselmann.

Frederico D’Ávila foi assessor do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e é irmão do cientista político Luiz Felipe D’Ávila, coordenador de comunicação da pré-campanha do tucano. Segundo Major Olímpio, Frederico tem participado da formatação do plano de governo de Bolsonaro, com foco nas questões relativas ao agronegócio.

Para Olímpio, o “foguete” Bolsonaro, como classificou, tem força suficiente para catapultar os seus apoiadores nas eleições deste ano, e que por isso, o partido não deve precisar tanto de ‘palanques’ espalhados pelo país para fazer crescer o interesse na candidatura do PSL. “É tão esmagadora a aceitação dele com a opinião pública que o nosso papel de apoiadores acaba ficando bastante simples. Então haverá até um benefício maior a esses apoiadores que vão às urnas por estarem com o Bolsonaro do que [a possibilidade] a nossa presença agregar valor a ele pelo nosso apoio”, avalia.

O parlamentar informou também que a expectativa do partido é sair com a chapa completa de candidatos a deputados federais e estaduais, incluindo o percentual de mulheres definido pela lei eleitoral, “porque o volume de filiação nos últimos dias foi muito grande”.

Namoro antigo

Em novembro do ano passado, Janaina usou sua conta do Twitter para dizer que Bolsonaro é o único pré-candidato que parece sensível aos problemas de segurança pública. Em suas postagens no microblog, escreveu que “Bolsonaro parece perceber que a violência está diretamente relacionada à corrupção. Salvo melhor juízo, ele não mostrou condescendência relativamente a nenhum dos envolvidos nos últimos escândalos”.

Ao discordar de analistas políticos que classificam o deputado federal como “fenômeno”, a advogada escreveu que os aqueles que o enxergam desse modo “não entendem nada de voto, ou não entendem nada de gente”. “Dadas as opções e a realidade posta, Bolsonaro é o voto que revela maior racionalidade”.

Ainda por seu blog à época, porém, não afirmou que suas postagens configuravam apoio à candidatura do parlamentar. Disse que estava conversando com diversos partidos e que, naquele momento, estava apenas “tornando público o que venho falando particularmente. Antes da Economia, as pessoas se preocupam com vidas”.

Sem Fundo Partidário

Bolsonaro é mais um candidato que diz que não fará uso do Fundo Partidário, assim como Flávio Rocha (PRB) e João Amoedo (Novo). Segundo o PSL, Bolsonaro recusou os R$ 5 milhões a que a legenda teria direito. A decisão teria sido consenso entre os parlamentares da sigla.

A busca por Bolsonaro é a por aumentar a base de apoio em outros estados e, deste modo, garantir palanque ao pré-candidato. Entre as possibilidades de alianças com outras legendas estão MDB, PP, DEM, PRP e PSD.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, partidos menores, como o PR, ensaiam uma aliança nacional para aproveitar a popularidade de Bolsonaro e tentar fazer uma bancada expressiva. Além de poder político, a eleição de um bom número de deputados e senadores garante acesso a um número maior de recursos públicos para atividades partidárias.

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