O deputado federal Celso Russomano (PRB), parlamentar mais votado no país em 2014, com 1,5 milhão de votos, abriu mão oficialmente da disputa do governo do estado e anuncia, nesta quarta-feira (30), apoio ao pré-candidato João Doria (PSDB).
“Conversamos bastante com ele e entendemos que, neste momento, ele é o melhor candidato”, afirmou Russomano na manhã desta terça-feira (29). A decisão de não entrar numa disputa majoritária se deu, segundo o deputado, por motivos pessoais. Ele vai tentar a reeleição na Câmara dos Deputados – atualmente, cumpre seu quinto mandato consecutivo.
O parlamentar disse que tem uma relação de amizade com Doria desde 1986 e, por isso, estará presente no evento de apoio que seu partido organiza para esta quarta na capital paulista. Com a adesão do PRB, o tucano soma agora quatro partidos na coligação – além do PRB e do PSDB, dão sustentação à sua candidatura o PSD e o PTC – , número ainda bastante inferior ao obtido na eleição de 2016, quando disputou e venceu a prefeitura de São Paulo.
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Há dois anos, o tucano reuniu 13 partidos na maior coligação pelo comando da capital paulista. Boa parte dessas alianças foi costurada pelo atual governador Márcio França (PSB), antes aliado de Doria e hoje adversário político – vice de Geraldo Alckmin, ele disputará a reeleição em outubro. Enquanto o tucano comemora a chegada do quarto partido para sua coligação, França já tem o compromisso oficial de 14 siglas – dessas, oito estavam com Doria em 2016.
Ponto de equilíbrio
Rodrigo Garcia, do DEM, é o nome que pode equilibrar essa disputa. O partido aguarda o desfecho do cenário nacional para se posicionar sobre a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. Garcia avalia ser vice na chapa de Doria ou mesmo na de França. O escolhido levará ainda o apoio do PP, que forma uma espécie de bloco com o DEM.
Se Garcia escolher fechar com o PSDB, Doria terá uma vantagem, mas também um problema. Isso porque ao anunciar o apoio oficial do PSD, o ex-prefeito também afirmou que caberia a Gilberto Kassab, presidente licenciado da sigla, indicar o vice na chapa. No dia em que organizou um evento em São Paulo para declarar apoio ao tucano, Kassab ressaltou à imprensa que tinha o compromisso de Doria nesse sentido. Já o tucano não teve a mesma postura.
Oficialmente, Garcia diz que tem até o fim de julho para se posicionar. A estratégia do deputado é a mesma de Rodrigo Maia, o presidenciável do partido, que, assim como Geraldo Alckmin (PSDB), não empolga nas pesquisas de intenção de voto para o Planalto. Se a candidatura não vingar e Maia fechar com Alckmin, Garcia deve fechar com Doria.
Correndo por fora nessa briga, França tem a vantagem de até agora não ter se comprometido com nenhum dos aliados sobre a vice em sua chapa ou as vagas para a disputa do Senado. E, apesar de ter reunido partidos considerados pequenos – com exceção do PR –, tem a máquina estadual na mão.
Desde que assumiu o posto de governador, já trocou metade dos secretários de Alckmin e levou para o governo representantes da nova ala de apoio, como Gilberto Nascimento Júnior (PSC), que assumiu Desenvolvimento Social, e Mário Mondolfo, ligado ao PR, que assumiu Logística e Transportes.
Paulo Skaf (MDB), que chega a empatar com Doria nas pesquisas de intenção de voto, ainda não anunciou nenhum partido aliado. O MDB, por sua vez, é a sigla que tem o maior tempo de televisão em São Paulo. A estratégia principal de Skaf, assim como Doria, é atrair DEM e PP. Já Luiz Marinho (PT) busca formar chapa com PDT e PCdoB.
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