Paulo Skaf retornou à presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo após a derrota nas urnas.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Fora do segundo turno contra Márcio França (PSB) por uma diferença de 89 mil votos, Paulo Skaf (MDB) anunciará nesta quarta-feira (10) seu apoio ao governador paulista no segundo turno contra o tucano João Doria. França e Skaf participarão de um evento juntos em Suzano, na Grande São Paulo.

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Segundo a campanha de Skaf, o candidato do PSB o procurou afirmando que gostaria de levar o projeto de padrão Sesi e Senai de ensino, proposto pelo emedebista, para a sua campanha. Com essa sugestão, a conversa entre os dois evoluiu.

Skaf retornou à presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na segunda-feira (8). Desde o resultado das urnas, França tem acenado ao antigo adversário, que costuma chamar de amigo.

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O pessebista lembra que foi ele quem incentivou a carreira política do empresário. Skaf disputou sua primeira eleição para o governo de São Paulo em 2010 pelo PSB.

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Doria também fez gestos pelo apoio do emedebista. No entanto, é consenso na política paulista que o tucano fez ataques muito duros aos dois adversários durante a campanha, o que rompeu pontes para um eventual apoio mútuo.

Quando Skaf o ultrapassou nas pesquisas de intenção de voto – os dois passaram a campanha toda oscilando ao redor de 25% –, a campanha tucana exibiu peças no rádio e na TV dizendo que o presidente da Fiesp escondia ser aliado, do mesmo partido que o presidente Michel Temer (MDB).

O emedebista revidou, e passou a circular vídeos em que dizia que Doria era mentiroso, por ter descumprido a promessa de não abandonar o mandato na Prefeitura para disputar as eleições em 2018.

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O apoio expresso de Skaf pode ser fundamental para definir as eleições no estado. Nas projeções de segundo turno feitas pelos institutos de pesquisa, ele derrotava todos os adversários, inclusive Doria.

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Skaf foi a noiva da eleição paulista, disputada até o final pelas duas campanhas – que lhe ofereceram a vaga que ele quisesse, menos a cabeça de chapa. O emedebista terminou sua terceira disputa para o governo paulista com 21,09% dos votos e França com 21,53%, após uma arrancada nos últimos dias da semana passada.

Doria liderou, com 31,77%. Caso consiga transferir parte de seus votos para a reeleição do governador, Skaf pode desequilibrar a disputa, num clima de todos contra Doria.

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (4) mostrava uma projeção apertada de segundo turno, com o tucano e o pessebista empatados em 21%. Enfrentar França era o pior cenário possível para alguns aliados de Doria. O governador, além da caneta da administração na mão, construiu uma coligação ampla, com 14 legendas, o que lhe garantiu capilaridade no estado.

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Doria, ao longo de toda a disputa, tentou se posicionar como o candidato antipetista em São Paulo. Com a derrota de Geraldo Alckmin (PSDB), vestiu o figurino bolsonarista e tenta nacionalizar a disputa, vinculando França, que foi vice do tucano, à esquerda.

França declarou neutralidade na eleição presidencial, mas tem feito acenos para o eleitor de Bolsonaro.