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 | Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo
| Foto: Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo

O general da reserva Hamilton Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro, ambos do PSL, deu uma puxada no freio e está mais contido nas suas declarações, que já criaram enrosco para a chapa. A sua fala mais contestada foi a de dizer que o Brasil herdou a “indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. O general não retira o que disse, mas reconheceu que foi infeliz.

“Qualquer um que tenha lido os estudos sociológicos dos grandes mestres sabe que não falei nenhuma novidade. Apenas não fui político. Sei que errei. É aquela história: a partir do momento que você vira candidato determinadas coisas que você fala são interpretadas de maneiras diversas. O mais prudente é se policiar, então”, afirmou o general Mourão em entrevista à Gazeta do Povo na última quarta-feira (15).

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Mourão diz que seu papel é cumprir as orientações do “comandante”

O general falou sobre a parceria eleitoral com capitão. Ele se rotula como “o dois” de Bolsonaro e diz que está ali para cumprir as orientações do “comandante”.

Provocado a responder que atitude tomaria, se eleitos, na sua primeira interinidade no Palácio do Planalto, Mourão afirmou apenas que manteria a ordem em vigor. “Uma coisa precisa ficar clara. Sou o dois. Na ausência do comandante, a única coisa que faz o vice é manter a ordem em vigor. Manter o barco navegando. Vontade pessoal não existe. Sou só o dois, como poderia ser o Huguinho, o Zezinho ou o Luizinho.”

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Ser o “dois” não significa necessariamente concordar com todos os pensamentos de Bolsonaro. Mourão, por exemplo, discorda que se deve nomear muitos militares para os ministérios ou que a turma da caserna seja mais honesta que os civis.

“Existe pessoa honesta e competente em todos os lados dos espectros. Não acho interessante essa divisão de civis e militares. Nem deve haver. O que deve haver é relação de confiança. Gerente eficiente tem aos montes no meio civil. Mas o problema não é ser civil, é ser político. O político não é gerente e vai usar o cargo com finalidade política”, afirmou o general.

Críticas a Temer

Mourão reafirmou declaração feita numa palestra ano passado, e revelada pela Gazeta do Povo, de que o presidente Michel Temer fez do Planalto um “balcão de negócios” para se manter no cargo após as duas denúncias feitas contra o emedebista pelo ex-procurador Rodrigo Janot.

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“Continuo a ver isso dessa forma. O presidente Temer teve que negociar com uma posição subalterna. Isso foi demonstrado pelos fatos e as delações que o atingiram. Para se defender do impeachment teve que abrir mão de certos postulados.”

Gozação faz parte da vida nacional, diz Mourão

O general Mourão tem sido alvo de memes e piadas nas redes sociais. O comentário jocoso que circula é que, com o vice radical, ninguém vai querer o impeachment ou o afastamento de Bolsonaro do cargo, caso a chapa seja eleita. Questionado sobre, não se incomodou. “A gozação faz parte da vida nacional, da nossa irreverência.”

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