O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou à revista Istoé que vai disputar a reeleição no pleito de outubro deste ano. Segundo ele, “seria uma covardia não ser candidato” para defender seu legado e reputação. Em entrevista concedida na quarta-feira (21), Temer disse que tomou a decisão “de um mês e meio para cá”.
“Se eu não tiver uma tribuna o que vai acontecer é que os candidatos sairão e vão me bater. E eu vou ter que responder. Só que não vou ter tribuna”, justificou o presidente. Segundo Temer, a principal bandeira defendida em um eventual segundo mandato seria a da segurança pública, além da necessidade de uma reforma da Previdência. Na entrevista, Temer defendeu o que considera seu legado à frente do governo federal. Entre as realizações, citou o teto de gastos, a reforma trabalhista e a recuperação da economia.
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O presidente também se defendeu das denúncias que pesam contra ele, desde as acusações que tiveram origem nas gravações de Joesley Batista, da JBS, até o inquérito dos portos, que tem o presidente como investigado. “Fizeram aquela denúncia e, no final, meus detratores foram presos. E os que não foram presos ficaram desmoralizados”, disse, sobre as denúncias com base na delação da JBS.
“Foram acusações tipicamente armadas. Tentaram me derrubar três vezes. Quando se começou a dizer que eu seria candidato, deu-se uma terceira onda. Não é uma coisa responsável”, disse Temer, sobre o inquérito dos portos.
Na entrevista, o presidente também defendeu que os candidatos de centro se unam em torno de uma única candidatura e fez pouco caso da sua baixa popularidade para disputar a reeleição. “Já dobrou 100%: de 3% para 6%. Agora, se aumentar de 6% para 9%, já aumenta 50%”, brincou.
Sem aplausos não se governa, diz Temer ao inaugurar obra na Bahia
Temer já adotou uma agenda de candidato. Nesta sexta-feira (23), ele inaugurou uma obra de irrigação num povoado de Xique-Xique (BA), a 590 quilômetros de Salvador. O presidente surpreendeu ao pedir que a população se aproximasse do palco durante a inauguração.
“Eu vou determinar que retirem essas grades pra vocês virem para frente”, disse antes de começar a discursar. Em dois minutos, moradores da região ocuparam a área destinada a autoridades enquanto aplaudiam o presidente. De calça social e camisa branca com as mangas arregaçadas, ele também abandonou o púlpito para falar na beirada do palco com um microfone nas mãos.
O tom informal e a aproximação com o público reforçam a pretensão eleitoral de Temer. Em entrevista a uma rádio local na quinta-feira (22), voltou a dizer que está pensando sobre concorrer à reeleição. “Saio com a alma animada com o entusiasmo do povo”, afirmou ele, que disse que sem aplausos do povo, não é possível governar.
Também estavam presentes na cerimônia o ministro da Integração, Helder Barbalho (MDB), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). A comitiva chegou à Bahia de helicóptero depois de uma viagem de avião até Petrolina (PE). Nesta sexta, o presidente ainda tem compromissos numa montadora de veículos e na Hemobras, em Recife (PE).
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