O presidente Michel Temer se reuniu no final da tarde de sábado (24) com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No encontro, além de discutirem a pauta econômica e remanejamentos orçamentários, trataram da sucessão presidencial deste ano, sobretudo uma eventual candidatura do PMDB.
O ministro disse que tomará uma decisão sobre sua candidatura ao Palácio do Planalto até abril e que sua etapa à frente da pasta está concluída.Nos bastidores, ele tem negociado uma filiação ao PMDB, mas a possibilidade de uma candidatura à reeleição do presidente tem atrapalhado os planos eleitorais de Meirelles.
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O ministro decidiu fazer uma jogada arriscada e comunicar ao presidente que deseja ser o candidato do PMDB ao Palácio do Planalto. O cálculo político é forçar o posicionamento de Temer até o início de abril, quando Meirelles precisa sair do cargo caso queira concorrer. Assim, o ministro transfere ao presidente a responsabilidade por vetá-lo ou não para a disputa de outubro.
Apesar de dizer publicamente que não é candidato, o presidente passou a considerar essa hipótese. Ele deu a ordem, contudo, para que seus auxiliares mais entusiasmados esperem possíveis resultados da intervenção federal no Rio de Janeiro que possam ter reflexos eleitorais. A estratégia esboçada pela equipe de marketing é transformar o presidente em um candidato linha-dura, aproximando-o do campo da direita e assumindo a bandeira da segurança pública.
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Para reforçar o endurecimento na imagem de Temer, a ideia é que ele aumente aparições públicas ao lado de soldados e generais e faça mais viagens a locais que enfrentam problemas de insegurança, como Rio de Janeiro e Ceará.
Ele também deve mudar a linha do discurso. A proposta é que ele simplifique a linguagem, para que seja acessível às camadas menos instruídas, e adote expressões mais enérgicas, como “Chega” e “Basta”.
As duas foram usadas, por exemplo, na assinatura do decreto de intervenção do Rio de Janeiro.Para ser candidato, no entanto, o presidente sabe que precisa se viabilizar eleitoralmente até maio, prazo que estabeleceu para definir se tentará a reeleição.
A meta do chamado “Plano Temer”, estruturado pela equipe de marketing do peemedebista, é elevar os índices de aprovação para 15% e reduzir os percentuais de rejeição para 60%.
Segundo a última pesquisa Datafolha, hoje 6% consideram o governo ótimo ou bom e 70% o avaliam como ruim ou péssimo.
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